A Enel está sob fogo cruzado da esquerda e direita e pode perder concessão
- Núcleo de Notícias

- 15 de out. de 2024
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Apagões recorrentes colocam empresa de energia na mira de políticos de todos os espectros ideológicos e ameaçam a concessão em São Paulo
A Enel, responsável pela distribuição de energia na Grande São Paulo, enfrenta uma crise de imagem cada vez mais intensa. Em novembro de 2023, um apagão deixou milhares de pessoas sem luz por seis dias, o que resultou em uma avalanche de críticas e movimentações políticas que ameaçam a concessão da empresa. Promessas de investimentos e articulações nos bastidores parecem não ter sido suficientes para conter a insatisfação de políticos tanto da esquerda quanto da direita.
Na última sexta-feira (11), novos temporais deixaram 2,6 milhões de pessoas sem energia, e quase um milhão de consumidores seguiam no escuro até a manhã de domingo. Esse cenário caótico reacendeu o debate sobre a caducidade da concessão da Enel, com figuras políticas divergentes unidas em torno de uma causa comum: acabar com a concessão da empresa.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em pleno segundo turno contra Guilherme Boulos, foi direto: “A Enel é inimiga do povo de São Paulo” e declarou que a cidade precisa se livrar da empresa. Por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas, defensor das privatizações e aliado da direita liberal, não poupou críticas. Usou suas redes sociais para exigir uma ação imediata do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pedindo que o processo de caducidade fosse aberto sem demora.
As críticas acirradas de Tarcísio receberam uma resposta contundente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ele aproveitou para responsabilizar o governo anterior, no qual Tarcísio foi uma figura de destaque, pela atual composição da Aneel, que, segundo ele, não tomou as medidas necessárias para punir a Enel. Silveira criticou duramente a agência, acusando-a de falhar na fiscalização da distribuidora e de não demonstrar compromisso com a população paulista.
Com o apoio tanto de políticos progressistas quanto de conservadores, a pressão sobre a Aneel é imensa. A agência, por sua vez, emitiu uma nota afirmando que, caso a Enel não apresente uma solução imediata e satisfatória, abrirá um processo para recomendar a cassação da concessão da empresa.




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