A mensagem do Santo Padre: A era dos slogans e promessas vazias precisa acabar
- Núcleo de Notícias

- 1 de jul.
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Em discurso firme à FAO, Pontífice critica promessas vazias, corrupção e indiferença global diante da tragédia da insegurança alimentar

Em sua primeira mensagem oficial à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Papa Leão XIV fez um forte apelo à comunidade internacional por ações concretas e imediatas contra a fome. A declaração foi enviada na segunda-feira (30) aos participantes da 44ª Sessão da Conferência da FAO, que celebra os 80 anos da instituição.
O Santo Padre denunciou a persistência da fome e da má nutrição como um “escândalo vergonhoso”, sobretudo diante da capacidade produtiva da Terra. “A tragédia da fome se torna ainda mais dolorosa quando sabemos que há alimentos suficientes para todos, mas milhões continuam sem o pão nosso de cada dia”, afirmou.
O Papa alertou que a segurança alimentar global está em deterioração, tornando improvável o cumprimento da meta de “Fome Zero” da Agenda 2030. Ele criticou o uso da fome como instrumento de guerra por grupos armados que atacam plantações, saqueiam alimentos e bloqueiam ajuda humanitária como forma de controle populacional. “Matar de fome é hoje uma forma barata de travar guerras”, afirmou Leão XIV, acrescentando que “as elites políticas engordam com a corrupção enquanto os civis emagrecem na miséria”.
Criticando a inação de líderes globais, o Pontífice declarou:
“Adiar uma solução para esse cenário dilacerante não ajudará; ao contrário, as angústias e os sofrimentos dos necessitados continuarão a se acumular. Portanto, é imperativo passar das palavras às ações, encerrando de vez a era dos slogans e das promessas enganadoras.”
O Papa Leão XIV também condenou o desvio de recursos financeiros e tecnológicos que poderiam ser destinados à erradicação da fome, mas que acabam investidos na indústria armamentista. Ele ainda criticou a polarização ideológica global, que “fomenta o extremismo, esfria as relações humanas e destrói a amizade social”.
Ao final da mensagem, o Papa exortou a comunidade internacional a se tornar “artesã da paz e da fraternidade” e reafirmou o compromisso da Santa Sé com a causa dos pobres e marginalizados: “A Santa Sé estará sempre a serviço da concórdia entre os povos, especialmente daqueles que padecem fome e sede e das regiões esquecidas pela indiferença.”



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