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Ações do Banco do Brasil despencam em mais de 14% após fracos resultados no 1º trimestre

Resultados abaixo do esperado e deterioração da carteira de crédito, especialmente no agronegócio, levam analistas a rebaixarem ações do BBAS3


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O Banco do Brasil enfrentou um forte revés após a divulgação de seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025. Com um lucro líquido recorrente de R$ 7,4 bilhões — número 20% abaixo das estimativas de mercado — as ações do banco (BBAS3) desabaram 14,05% na manhã desta sexta-feira (16), sendo negociadas a R$ 25,30 por volta das 10h30.


O desempenho fraco refletiu uma queda de 23% em relação ao trimestre anterior e 20,7% na comparação anual, além de um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 15,8%, o mais baixo desde o terceiro trimestre de 2021. Entre os fatores apontados por analistas para explicar o resultado decepcionante estão a persistente inadimplência no setor do agronegócio, os impactos negativos da nova regulação (Resolução 4.966) e uma forte compressão na margem financeira líquida devido ao descasamento entre ativos e passivos, agravado pela manutenção da taxa Selic em patamar elevado.


A inadimplência no agronegócio alcançou 3,04%, afetada por produtores de soja e milho. A Resolução 4.966 também exigiu maior provisionamento, inclusive para créditos adimplentes, antecipando perdas e afetando em mais de R$ 1 bilhão o resultado do banco, segundo o JPMorgan. A instituição ainda destacou que o BB provisionou apenas 78% da nova formação de inadimplência, enquanto observou alta em atrasos em todas as carteiras: empresas (+150 pontos-base), pessoas físicas (+90 pb) e agro (+40 pb).


Mesmo setores tradicionalmente mais resilientes, como seguros e previdência, cresceram abaixo da inflação, e as receitas com tarifas seguem pressionadas. Por outro lado, a gestão de ativos foi destaque positivo. Ainda assim, o índice de cobertura caiu para 172%, considerado insuficiente para o contexto atual.


O Banco do Brasil anunciou a revisão de parte significativa de seu guidance para 2025, mas sem apresentar novos parâmetros numéricos. As projeções de margem financeira, custo de crédito e lucro ajustado foram deixadas em aberto até nova avaliação no segundo trimestre, dependendo da estabilização da inadimplência no agro — cenário que ainda é incerto.


Em função desse panorama, a Genial Investimentos rebaixou sua recomendação de compra para manutenção, reduzindo o preço-alvo das ações de R$ 40,30 para R$ 31,40. O Bradesco BBI seguiu a mesma linha e rebaixou BBAS3 de outperform para neutro, projetando um preço-alvo de R$ 31 — apenas 5% acima dos níveis atuais. O banco também revisou para baixo suas estimativas de lucro líquido do BB em 19% para 2025 e 2026, projetando ROE de 17%, o que, na sua avaliação, já está precificado diante do custo de capital do banco.


Enquanto isso, o Goldman Sachs apontou que as principais dúvidas agora giram em torno de como o banco reconstruirá sua margem financeira antes de uma eventual queda dos juros no Brasil, além da extensão da deterioração dos ativos no setor rural. A avaliação geral dos grandes players de mercado é que o início de 2025 foi mais desafiador do que o previsto, e o cenário permanece incerto para os próximos trimestres.

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