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Campos Neto: Brasil precisa de um choque fiscal positivo para viabilizar juros mais baixos

Presidente do Banco Central alerta para riscos de inflação caso medidas fiscais não sejam adotadas


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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil 


O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que o Brasil precisará implementar um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo caso queira manter juros mais baixos no longo prazo. Ele destacou que as dúvidas do mercado sobre a trajetória da dívida pública tornam o processo de redução dos custos financeiros mais difícil.


Durante um evento organizado pela gestora Crescera Capital, em São Paulo, Campos Neto frisou que, sem um ajuste fiscal sólido, optar por reduzir os juros de maneira artificial poderia resultar em aumento da inflação no médio prazo. Ele ressaltou a importância da harmonia entre as políticas fiscal e monetária para evitar desequilíbrios econômicos.


"Em algum momento, e estou falando mais a médio prazo, o Brasil vai precisar de um programa que gere uma percepção de choque fiscal positivo, caso deseje conviver com juros mais baixos", declarou Campos Neto.


O Banco Central reiniciou, em setembro, o ciclo de elevação da taxa básica de juros, elevando a Selic para 10,75% ao ano. A decisão, segundo Campos Neto, foi motivada pelas incertezas fiscais e pela necessidade de garantir uma política monetária compatível com um cenário sustentável.


Ele ainda pontuou que, quando o mercado passa a questionar a trajetória da dívida pública, há um aumento rápido na curva de juros de longo prazo, dificultando a manutenção de taxas menores. Campos Neto reforçou que a tentativa de reduzir os juros sem garantir uma ancoragem fiscal adequada seria equivalente a aumentar a inflação, prejudicando especialmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, que têm menor capacidade de se proteger dos efeitos da alta de preços.


O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, prevê que a dívida bruta do governo suba até se estabilizar em 81% do PIB em 2028, um valor superior ao inicialmente estimado pela equipe econômica ao aprovar o novo arcabouço fiscal. O governo tem enfrentado críticas pelo uso de artifícios contábeis para acomodar despesas e pela flexibilização de regras fiscais.


Entre as medidas discutidas pelo governo estão propostas para financiar o auxílio-gás fora do orçamento, o uso de fundos privados para políticas públicas e o aproveitamento de recursos esquecidos por correntistas em bancos para melhorar o resultado primário. Essas iniciativas, contudo, têm gerado controvérsia, incluindo a oposição do Banco Central.


Além disso, o governo relaxou a contenção orçamentária imposta pelas regras fiscais, reduzindo o congelamento de verbas de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões, com a expectativa de que receitas acima do previsto compensem o aumento das despesas obrigatórias.


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