Casa Branca denuncia sabotagem interna no Pentágono contra o secretário de Defesa Pete Hegseth
- Núcleo de Notícias

- 22 de abr.
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Porta-voz presidencial acusa militares de minarem reformas no Departamento de Defesa em meio a escândalo de vazamentos e tensões internas

A Casa Branca declarou na segunda-feira (21) que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, enfrenta resistência ativa dentro do próprio Pentágono. A afirmação foi feita pela porta-voz presidencial Karoline Leavitt durante entrevista ao programa Fox and Friends, na qual reforçou o apoio total do presidente Donald Trump à condução de Hegseth à frente do Departamento de Defesa.
“É isso o que acontece quando todo o Pentágono trabalha contra você e contra as mudanças monumentais que você está tentando implementar”, afirmou Leavitt, acusando opositores internos de promover vazamentos e mentiras à imprensa tradicional para enfraquecer a liderança de Hegseth. Segundo ela, essa oposição seria motivada pelo compromisso do secretário com os militares da linha de frente e sua disposição para romper com práticas enraizadas.
A fala da Casa Branca ocorre na esteira de uma reportagem do New York Times, publicada no último domingo, que acusa Hegseth de compartilhar informações sensíveis sobre operações no Iêmen com sua esposa e seu irmão, ambos sem autorização de segurança. O caso tem conexões indiretas com o chamado “Signalgate” — escândalo que eclodiu em março após o The Atlantic revelar o vazamento de conversas internas do governo Trump sobre ataques a rebeldes houthis no Iêmen. A falha teria ocorrido quando o assessor de Segurança Nacional Mike Waltz enviou por engano uma mensagem ao editor Jeffrey Goldberg, após salvar seu número incorretamente.
O NYT revelou ainda que Hegseth mantinha um grupo privado no aplicativo Signal com cerca de uma dúzia de pessoas de seu círculo íntimo, entre elas sua esposa. O porta-voz de Hegseth, Sean Parnell, reagiu dizendo que o jornal está tentando “ressuscitar” o caso Signalgate.
A situação se agravou com o afastamento de três altos funcionários do Pentágono, suspensos por suspeita de envolvimento em vazamentos: Dan Caldwell (assessor sênior), Darin Selnick (vice-chefe de gabinete) e Colin Carroll (chefe de gabinete do vice-secretário Stephen Feinberg). Em comunicado conjunto, os três denunciaram o que classificam como “ataques sem fundamento” por parte de oficiais não identificados do Departamento de Defesa, que, segundo eles, teriam difamado suas reputações ao serem afastados.
Em um artigo de opinião publicado na Politico, o ex-porta-voz do Pentágono John Ullyot criticou a gestão de Hegseth, afirmando que ele estaria conduzindo uma “purga estranha e desconcertante” que o deixará sem seus dois assessores mais próximos — Caldwell e Selnick — e com sua equipe esvaziada em um momento crítico.
O episódio expõe um ambiente de profunda divisão no alto comando militar dos Estados Unidos, enquanto a administração Trump tenta consolidar reformas no setor de defesa. O conflito interno ressalta o embate entre a liderança civil determinada a alterar a estrutura do Pentágono e uma burocracia resistente a mudanças, numa disputa que poderá impactar diretamente o rumo da política externa e de segurança do país.



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