Confiança da indústria recua em novembro e setor segue pressionado pelo ambiente econômico adverso

Núcleo de Notícias
26 de nov.
2 min de leitura

Índice registra oitavo resultado negativo no ano

A confiança da indústria brasileira voltou a cair em novembro, refletindo um ambiente de crescente pessimismo no setor produtivo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,7 ponto em relação a outubro, chegando a 89,1 pontos — o oitavo resultado negativo no ano.

De acordo com a FGV, a deterioração da percepção dos empresários está ligada sobretudo à piora na avaliação sobre as condições atuais. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 4,6 pontos, ficando em 89,6 pontos, evidenciando um cenário de estoques elevados, demanda enfraquecida e produção ainda distante de qualquer recuperação consistente.

O quadro, porém, não pode ser entendido apenas como um ciclo normal de oscilação do setor industrial. A política monetária contracionista — com juros ainda elevados — funciona como um freio que atinge diretamente a atividade produtiva. No entanto, trata-se de um remédio amargo inevitável diante da pressão inflacionária gerada pelo desequilíbrio nas contas públicas. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido em ampliar gastos e expandir o tamanho do Estado, fatores que levam ao descontrole da dívida e alimentam incerteza econômica.

Nesse contexto, o Banco Central mantém uma postura mais rígida para tentar evitar que a inflação escape ainda mais do controle. O ônus recai também sobre a indústria, que enfrenta custos elevados e demanda enfraquecida, mas o problema de origem está no modelo fiscal adotado pelo governo federal, que sufoca quem produz ao mesmo tempo em que estimula despesas crescentes sem contrapartidas de eficiência.

A combinação de estoques altos, baixa confiança e incerteza macroeconômica mantém o setor industrial em compasso de espera, aguardando sinais mais concretos de responsabilidade fiscal para que o ambiente volte a possibilitar investimentos, custo de crédito mais acessível e retomada.

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