Cúpula do BRICS chega a acordo inicial sobre lista de nações que integrarão o bloco

Venezuela e Nicarágua foram excluídas da lista

Durante a cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, os países do bloco chegaram a um acordo na terça-feira (22) sobre a lista de nações que serão convidadas a integrar o movimento de expansão liderado por Rússia e China. Venezuela e Nicarágua, ambas sob regimes ditatoriais, foram excluídas supostamente a pedido do governo brasileiro, em uma tentativa de Lula de se distanciar de alianças ideológicas de longa data. Entretanto, Cuba foi incluída na lista.

Outras nações como Bolívia, Indonésia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Vietnã e Nigéria também foram selecionadas para o grupo. O acordo entre diplomatas e ministros será submetido aos líderes do bloco, que se reúnem a partir desta quarta-feira (23). Lula participará remotamente, após cancelar sua viagem devido a um acidente doméstico.

A decisão de vetar Venezuela e Nicarágua foi vista como uma mudança estratégica na política externa de Lula, que busca evitar maiores embaraços com regimes que têm sido alvo de fortes críticas internacionais. Contudo, a chegada inesperada de Nicolás Maduro à Rússia, pouco depois do acordo, pode sinalizar uma tentativa do ditador venezuelano de reverter a decisão, contando com o apoio de Rússia e China.

Diplomatas brasileiros, no entanto, permanecem céticos sobre a possibilidade de mudança. Ainda assim, a cúpula não foi encerrada, e a decisão final cabe aos chefes de Estado.