Dirigente do FMI alerta sobre excesso no corte de juros para não repetir 2008

Vice-diretora do FMI afirma que erros cometidos na crise de 2008 não podem se repetir

Gita Gopinath - FMI

A vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, afirmou durante a estreia da entidade no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que os aguardados cortes nas taxas de juros poderão levar mais tempo, em virtude das incertezas econômicas geradas pelo rescaldo da pandemia e conflitos geopolíticos.

Segundo Gopinath, ainda é “muito cedo” para chegar a uma conclusão a respeito da ação dos bancos centrais em um futuro próximo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. O Federal Reserve, por exemplo, não descartou reduzir a taxa de juros, mas adiantou que não será no primeiro semestre.

Diretora do FMI critica "liberalismo" na crise de 2008

A dirigente do FMI também comparou a atual conjuntura com a crise gerada pela bolha imobiliária dos Estados Unidos. Segundo a vice-diretora do FMI, os juros atuais devem se manter mais altos do que em 2008.  

Gita Gopinath criticou as decisões tomadas há cerca de 15 anos, as classificando como “liberais demais”, quando presidentes dos bancos centrais se adiantaram em cortar os juros para forçar a recuperação econômica. Desta vez, a dirigente afirma que os governos precisam ser mais cautelosos para não cometer os mesmos erros.

“É um instrumento a ser usado se você estiver em uma recessão profunda ou se houver disfunção do mercado, portanto, deve ser usado com menor frequência do que antes”, alertou.