Distribuição de dividendos no Brasil cai 9% em 2024
- Núcleo de Notícias

- 6 de mar.
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Petrobras e Vale lideram pagamentos, mas setor de mineração sofre impacto global

As empresas brasileiras distribuíram 9% menos dividendos em 2024 em comparação com 2023, refletindo um recuo expressivo de 28,7% no quarto trimestre. O Índice Global de Dividendos da Janus Henderson aponta que as companhias nacionais incluídas no levantamento entregaram um total de US$ 22,4 bilhões aos acionistas no ano.
A Petrobras (PETR4) foi a maior pagadora de dividendos do Brasil, respondendo por quase metade do valor total, com US$ 10,83 bilhões. A estatal figurou na 14ª posição do ranking mundial. Em segundo lugar, a Vale (VALE3) distribuiu US$ 4,16 bilhões, mas o setor de mineração foi duramente afetado, reduzindo os repasses aos investidores.
Mercados emergentes e América Latina
Entre os mercados emergentes, a China liderou os pagamentos de dividendos, com um crescimento de 17,8% em 2024 e um recorde de US$ 62,7 bilhões.
Na América Latina, o México apresentou um aumento de 4,3% nos dividendos em relação a 2023, impulsionado pelos pagamentos da gigante de bebidas Femsa e da mineradora Grupo México. Já a Colômbia registrou uma forte queda de 28,7%, refletindo cortes nos dividendos da Ecopetrol. No Chile, o conglomerado Empresas Copec também reduziu os pagamentos, contribuindo para a mesma retração percentual no país.
Panorama global e influência de gigantes da tecnologia
Apesar da queda no Brasil e em algumas economias latino-americanas, os dividendos globais atingiram um recorde de US$ 1,75 trilhão em 2024, com um crescimento real de 5,2%, ligeiramente acima das previsões da Janus Henderson (US$ 1,73 trilhão).
Os Estados Unidos e o Japão impulsionaram esse crescimento no último trimestre do ano, com destaque para empresas de tecnologia como Meta, Alphabet e Alibaba, que realizaram seus primeiros pagamentos de dividendos. Juntas, essas companhias distribuíram US$ 15,1 bilhões e foram responsáveis por um quinto do crescimento global do índice.
No recorte setorial, o setor financeiro teve a maior contribuição para o crescimento dos dividendos globais, especialmente os bancos, que responderam por quase metade da expansão anual.
O desempenho brasileiro no ranking reflete o impacto da volatilidade econômica e das incertezas no setor de commodities, sinalizando desafios para investidores que dependem da renda passiva gerada pelos dividendos das grandes empresas nacionais.



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