Exportação de carne de frango recua quase 13% após surto de gripe aviária

Embargos afetam embarques, mas Brasil consegue redirecionar parte da produção para outros mercados

As exportações brasileiras de carne de frango — somando produtos in natura e processados — caíram 12,9% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2024, devido a embargos impostos por diversos países após a detecção de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que registrou embarques totais de 393,4 mil toneladas no mês, frente às 451,6 mil toneladas exportadas em maio do ano anterior.

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, mesmo com suspensões aplicadas por cerca de 20 mercados — incluindo alguns dos maiores destinos da carne de frango brasileira — o setor conseguiu manter os embarques próximos da marca de 400 mil toneladas. Ele afirmou que o impacto das restrições foi proporcionalmente menor que o esperado, o que demonstra a capacidade da indústria em redirecionar suas cargas para outros países e manter o fluxo de exportações.

Alguns mercados, como o Japão, optaram por embargar apenas os produtos oriundos da região de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde ocorreu o foco da doença. Outros países suspenderam as compras de carne de frango de todo o Estado gaúcho. Como resposta, a indústria passou a abastecer esses mercados com carne de outras regiões brasileiras.

No entanto, o impacto mais severo veio da China, que adotou uma medida mais abrangente ao proibir a importação de todos os produtos avícolas do Brasil no fim de maio. A decisão interrompeu um comércio bilateral avaliado em mais de US$ 1 bilhão, ampliando as preocupações do setor exportador com a duração dos embargos e seus efeitos sobre o mercado internacional.