Frigoríficos brasileiros reagem a boicote do Carrefour com ameaça de suspensão no fornecimento
- Núcleo de Notícias

- 23 de nov. de 2024
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Decisão do grupo francês de vetar carnes do Mercosul intensifica tensão comercial

Empresas brasileiras do setor frigorífico iniciaram um movimento de interrupção no fornecimento de carne para o Carrefour, em resposta ao boicote anunciado pelo CEO global da rede, Alexandre Bompard. A medida, divulgada na última quarta-feira (20), exclui carnes provenientes de países do Mercosul, incluindo o Brasil, e é vista como um ato de apoio ao agronegócio francês, que se opõe ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Relatos indicam que cerca de 30% das unidades do Carrefour no Brasil já enfrentam dificuldades no fornecimento de carne bovina, enquanto um movimento semelhante entre fornecedores de carne de frango também ganha força. Até o momento, não há registro de impacto na distribuição de carne suína.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou recentemente sua postura contrária ao acordo Mercosul-UE durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. O tratado, que teve sua primeira fase concluída em 2019, ainda aguarda aprovação e enfrenta críticas na França devido à preocupação com os impactos sobre o setor agrícola nacional.
Macron argumenta que o pacto, nos moldes atuais, pode colocar as empresas francesas, submetidas a rígidas leis ambientais, em desvantagem competitiva frente às indústrias do Mercosul, que operam sob regulações menos exigentes. Além disso, o governo francês destaca a ausência de "compromissos climáticos mais claros" no acordo como um dos entraves para sua implementação.
O embate evidencia não apenas as tensões comerciais entre os blocos, mas também as implicações políticas e ambientais que dificultam avanços no tratado, amplificando os desafios para o setor agropecuário brasileiro no mercado internacional.



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