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Governo de MG autoriza BNDES a avaliar Cemig para possível entrega ao governo Lula

Governo mineiro estuda transferir o controle da estatal à União para abater dívida bilionária com o Tesouro Nacional, contrariando sinalizações anteriores de privatização


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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a dar início ao processo de avaliação da Cemig com vistas à federalização da companhia energética. O movimento foi comunicado pela própria empresa ao mercado na última sexta-feira (1º) e representa uma mudança de direção no discurso do governo mineiro, que em gestões anteriores defendeu a privatização da estatal.


A medida está inserida no contexto do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permite aos entes federativos abaterem parte de seus passivos com a União por meio da transferência de ativos. Minas Gerais possui uma dívida estimada em R$ 165 bilhões com o governo federal e, caso a proposta avance, a Cemig poderá ser repassada como forma de amortização do débito.


Paralelamente, o Estado também autorizou a inclusão da Copasa, estatal de saneamento, no mesmo processo de avaliação. O BNDES dará início a uma etapa preliminar conhecida como “Request for Information” (RFI), destinada a mapear consultores e técnicos que possam auxiliar na elaboração de laudos econômico-financeiros das estatais envolvidas. Segundo comunicado ao mercado, trata-se de uma fase não vinculante, ou seja, ainda sem caráter definitivo.


Embora o governo estadual ainda precise formalizar sua adesão ao Propag junto à Secretaria do Tesouro Nacional até 31 de dezembro de 2025, um dos pré-requisitos do programa é o envio, até outubro deste ano, da lista de ativos que podem ser federalizados. O movimento, portanto, sinaliza que o Executivo mineiro estuda, de fato, entregar ao governo Lula o controle de empresas que até então eram tratadas como possíveis candidatas à privatização.


A Cemig é um dos principais ativos do Estado e já figurou como peça central em teses de investimento baseadas em uma futura desestatização. A possível federalização, no entanto, representa uma guinada em sentido oposto, afastando a companhia da lógica de eficiência empresarial e aproximando-a da esfera burocrática do governo federal — hoje sob controle de um grupo que já demonstrou forte apetite por interferência política em estatais.


No mercado, essa sinalização tende a ser recebida com cautela e pessimismo. A entrada do governo petista no comando da Cemig pode abrir espaço para nomeações políticas, aparelhamento e uso eleitoreiro da empresa, comprometendo sua governança e os resultados de longo prazo. Investidores que estavam posicionados na expectativa de uma privatização devem reavaliar suas teses, o que pode pressionar os papéis CMIG3 e CMIG4 nos próximos pregões.


A percepção de incerteza e perda de valor estratégico pode levar à saída de fundos que priorizam companhias com gestão profissional e boas práticas de mercado. Caso a intenção de federalizar a Cemig se concretize sem garantias de proteção à sua estrutura técnica, a tendência é de desvalorização dos ativos e desmonte das posições que apostavam em sua valorização futura.



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