Governo Lula condena Israel e gera forte reação da oposição
- Núcleo de Notícias
- 16 de jun.
- 3 min de leitura
Parlamentares acusam o presidente de se alinhar a regimes autoritários e manchar a tradição diplomática brasileira ao criticar ação legítima de defesa de Israel contra o Irã

A nota divulgada pelo governo Lula, na qual o Itamaraty condena os ataques de Israel contra alvos militares e nucleares no Irã, provocou uma onda de críticas da oposição no Congresso Nacional. No comunicado oficial emitido na sexta-feira (13), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os bombardeios israelenses poderiam deflagrar um conflito de “grande dimensão” no Oriente Médio, acusando Tel Aviv de violar a soberania iraniana e o direito internacional.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou a incapacidade do Itamaraty de distinguir entre o terrorismo patrocinado pelo Irã e a legítima defesa do Estado de Israel. “Israelou pior, i bombardeia alvos militares, o Irã ataca civis. O Itamaraty não enxerga diferença nestas condutas, ncrivelmente condena Israel! Lula não tem moral para opinião sobre nada neste conflito”, afirmou, em publicação na rede X (antigo Twitter).
A reação mais dura veio do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, presidido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), que manifestou “indignação” com a postura do Itamaraty. Para ele, o governo brasileiro demonstra alinhamento com regimes opressores, em vez de se posicionar ao lado das democracias. “Israel definiu claramente os alvos ao atingir bases militares e nucleares estratégicas do Irã. As ações visam prevenir a ameaça real de um Irã nuclear”, declarou Viana.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) ligou a nota do governo ao fechamento da Embaixada de Israel em Brasília, também na sexta-feira. “O amigo de ditadores e de terroristas continua fazendo estragos à imagem do Brasil. Oswaldo Aranha e nossos expedicionários devem estar se revirando nos seus túmulos”, disse, em referência à histórica atuação brasileira na criação do Estado de Israel na ONU.
Em resposta à escalada da tensão, Israel anunciou o fechamento temporário de todas as suas embaixadas ao redor do mundo e recomendou que cidadãos judeus e israelenses evitem se identificar em público. A medida inclui o fechamento da Embaixada em Brasília e do Consulado em São Paulo, sem previsão de reabertura.
O deputado Coronel Ulysses (União-AC) criticou o isolamento internacional a que o governo Lula tem submetido o país: “Até a Colômbia é mais neutra que o Brasil. Em vez de apoiar Israel, que luta por sua existência contra o Irã, o Itamaraty ataca quem se defende.”
O deputado Messias Donato (Republicanos-ES) foi além e protocolou uma moção de repúdio ao posicionamento do governo. “Lula ignora que o Irã ameaça Israel há décadas e financia grupos terroristas. O Brasil não pode se calar diante disso nem se alinhar a ditaduras.”
O senador Sérgio Moro (União-PR) também se manifestou, afirmando que “o Brasil está cada vez mais distante das democracias ocidentais”. Ele denunciou a ausência de contextualização na nota do Itamaraty, que ignora os ataques iranianos como fator detonador do conflito.
No domingo (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro relembrou a recepção simbólica que recebeu do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, no aeroporto Ben Gurion, em 2019. “Somente Trump, Obama, Modi e Bolsonaro obtiveram tal deferência. Deus abençoe Israel, Deus salve o Brasil”, escreveu, ao compartilhar uma foto com o líder israelense.
A posição do governo, que já havia se desgastado por comparações absurdas entre a ofensiva israelense em Gaza e o Holocausto, acentua o afastamento do Brasil de seus aliados históricos no Ocidente e compromete sua credibilidade diplomática em temas de segurança internacional.
Comments