Gustavo Petro prioriza “proteção ao menor” após atentado na Colômbia

Presidente minimiza ataque político e defende adolescente de 15 anos que baleou Miguel Uribe Turbay durante ato de campanha em Bogotá

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, causou controvérsia ao afirmar que o adolescente de 15 anos que atentou contra o senador Miguel Uribe Turbay, pré-candidato à presidência pelo partido de direita Centro Democrático, deve ser protegido pelo Estado por se tratar de “uma criança”. O atentado ocorreu no sábado (7), durante um evento de campanha na zona oeste de Bogotá, quando Turbay foi atingido por dois disparos.

Gustavo Petro declarou publicamente que, apesar da gravidade do crime, o foco das autoridades deve ser “cuidar da vida do menor”. “Por mais que isso pareça terrível para nós, crianças são cuidadas na Colômbia”, afirmou, deslocando o debate da tentativa de assassinato contra um opositor para a proteção do agressor. A postura do presidente provocou indignação generalizada.

O Ministério Público colombiano confirmou que o jovem foi detido com uma pistola Glock 9mm e está sendo investigado por tentativa de homicídio. Além do senador, outras duas pessoas ficaram feridas no ataque, ocorrido no bairro de Modelia, na localidade de Fontibón. A Procuradoria abriu duas investigações criminais e informou que está conduzindo quatro linhas de apuração para identificar tanto os autores materiais quanto eventuais mandantes do atentado.

A procuradora-geral Luz Adriana Camargo Garzón classificou o ataque como uma "ameaça direta à democracia colombiana" e cobrou garantias institucionais para a segurança dos candidatos nas eleições de 2026. Já o ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, anunciou uma recompensa de 3 bilhões de pesos (aproximadamente R$ 4 milhões) por informações que levem aos responsáveis.

Miguel Uribe Turbay, conhecido por sua forte oposição ao governo Petro, foi o senador mais votado nas eleições de 2022. Ele é neto do ex-presidente Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, sequestrada e assassinada por narcotraficantes a serviço do cartel de Pablo Escobar em 1991.