Lula ataca os EUA por possíveis sanções a Alexandre de Moraes: “faz tanta guerra e mata tanta gente”
- Núcleo de Notícias

- 2 de jun.
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Durante evento do PSB, o petista defendeu ministro do STF e criticou ações norte-americanas, desviando o foco da repressão à liberdade de expressão em seu próprio governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou um evento partidário no domingo (1º) para criticar os Estados Unidos, que avaliam impor sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por sua atuação censuradora não apenas contra brasileiros, mas também contra cidadãos e empresas norte-americanas. Em tom inflamado, Lula não só saiu em defesa do magistrado, como afirmou que os EUA é um país que “faz tanta guerra” e “mata tanta gente”.
A declaração foi feita durante a convenção nacional do PSB, partido aliado do PT, em que o prefeito do Recife, João Campos, assumiu a presidência da sigla. Em sua fala, o presidente brasileiro desqualificou as críticas americanas à conduta do ministro Alexandre de Moraes, ignorando as preocupações internacionais com os abusos de poder cometidos sob a justificativa de "combater a desinformação" e "defender a democracia".
Lula referia-se à possível aplicação da Lei Magnitsky por parte do governo dos Estados Unidos, que permite sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações aos direitos humanos. O caso envolve o jornalista Allan dos Santos, exilado nos EUA e investigado no Brasil por "supostos ataques ao STF". O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de perfis do jornalista, inclusive na plataforma Rumble, que pertence a uma empresa americana — o que gerou resposta oficial do Departamento de Justiça dos EUA.
Segundo o texto enviado pelo governo americano, um Estado não pode executar ordens judiciais em território estrangeiro sem consentimento, reforçando que decisões do STF não têm efeito automático sobre empresas sediadas nos Estados Unidos. O documento também destaca que, para aplicar decisões estrangeiras em solo americano, é necessário processo judicial próprio nos tribunais locais.
Nos últimos dias, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio declarou que o governo Trump está revendo a concessão de vistos a autoridades envolvidas em censura e cogita sancionar o ministro Alexandre de Moraes, com base em violações à liberdade de expressão e perseguição política a críticos do regime brasileiro.
Apesar das críticas à soberania nacional feitas por Lula, o fato é que há crescente inquietação internacional com os métodos empregados pelo Supremo Tribunal Federal para silenciar vozes dissidentes, em um cenário que remete mais a regimes autoritários do que a uma democracia plena.
O embate diplomático ocorre em um contexto de crescente tensão entre os dois países, agravado pela mudança de postura da política externa brasileira, cada vez mais alinhada a regimes como China, Rússia e Irã, e pela hostilidade interna às garantias de liberdades fundamentais.



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