Lula deseja vitória de Kamala Harris nas eleições americanas

Petista fala em "fortalecer a democracia nos EUA" caso a candidata seja eleita

Nesta sexta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrou protocolos diplomáticos ao declarar publicamente seu apoio à candidata democrata Kamala Harris na corrida presidencial dos Estados Unidos. Em entrevista à emissora francesa TF1, Lula afirmou que a vitória da vice-presidente seria “mais segura para fortalecer a democracia americana” e aproveitou para criticar o ex-presidente Donald Trump, associando-o à invasão do Capitólio em 2020.

Lula foi além ao retratar o mandato de Trump como uma ameaça à ordem democrática, em declarações que refletem seu alinhamento com o Partido Democrata. O petista, que mantém relações estreitas com o atual presidente Joe Biden, justificou sua preferência por Kamala como uma escolha de estabilidade. "A Kamala ganhando as eleições é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia nos EUA", comentou, reforçando que o episódio do Capitólio teria arruinado a imagem dos EUA como modelo de democracia.

Entretanto, essa manifestação aberta de Lula corre o risco de ser vista como intromissão indevida na política interna americana, o que geralmente é evitado por líderes mundiais.

Diplomatas alertam que posicionamentos dessa natureza tendem a gerar desconforto e até hostilidade, sobretudo se o oponente de Kamala, Donald Trump, sair vitorioso, colocando o Brasil em uma posição diplomática vulnerável.

A declaração pública de Lula em apoio a Kamala já era esperada por parlamentares que participaram de reuniões a portas fechadas com o presidente, onde Lula teria expressado seu desejo pela vitória democrata. Em uma dessas ocasiões, foi citado afirmando: “Deus queira que Kamala ganhe essas eleições.”