Lula enfrenta protestos e vaias durante encontro com prefeitos em Brasília

Presidente tenta minimizar rejeição, mas público reage com hostilidade a seu discurso

Durante a 26ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada nesta terça-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido com intensas vaias por um público majoritariamente composto por prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais. O evento, promovido na capital federal, reuniu cerca de 12 mil gestores públicos de diversas regiões do país.

As manifestações de descontentamento começaram assim que o presidente subiu ao palco para discursar. Tentando se posicionar como um líder acima das disputas partidárias, Lula declarou que seu governo atende a todos os gestores, independentemente da filiação política. A fala, no entanto, foi recebida com nova onda de vaias, demonstrando a desconfiança generalizada no auditório.

“Eu duvido que tenha um prefeito, de qualquer partido político, que um dia possa dizer que ele não foi atendido no governo por causa da sua filiação partidária”, afirmou o presidente. “Não existe essa possibilidade. Nem de prefeito, nem de governador. Porque eu, quando vou atender um prefeito, um governador, eu não estou atendendo a um representante de um partido, eu estou atendendo a uma pessoa que foi democraticamente eleita para representar os interesses do povo da cidade ou do estado.”

A tentativa de demonstrar imparcialidade administrativa não foi suficiente para reverter a insatisfação explícita dos presentes. O clima hostil revelou o desgaste de Lula, especialmente em um contexto de aumento das dificuldades econômicas e reclamações sobre repasses federais insuficientes para os municípios.

O episódio evidencia a crescente rejeição ao governo federal por parte de lideranças locais, que têm enfrentado pressão da população por melhorias em serviços essenciais, enquanto denunciam falta de apoio efetivo por parte da União.