Lula entrega ministério a Guilherme Boulos em movimento visando 2026

Núcleo de Notícias
21 de out.
3 min de leitura

A nomeação do ex-líder do MTST e militante do PSOL evidencia a tentativa do presidente de reforçar o apoio de movimentos radicais e pavimentar sua campanha de reeleição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para o comando da Secretaria-Geral da Presidência da República. A decisão, oficializada após reunião no Palácio do Planalto, não é apenas uma mudança administrativa, mas um movimento político calculado: Lula busca reaproximar-se de setores da militância de esquerda e consolidar uma base ideológica para sustentar sua tentativa de reeleição em 2026.

A entrada de Guilherme Boulos no primeiro escalão amplia o espaço do PSOL dentro do governo e reforça o vínculo do Planalto com movimentos sociais alinhados à esquerda radical, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), um grupo que espalha o terror pelo Brasil, principalmente no campo. Guilherme Boulos construiu sua trajetória política liderando ocupações urbanas e manifestações que desafiaram frontalmente o direito à propriedade privada. Agora, ao levar esse histórico ao centro do poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinaliza que pretende transformar antigas pautas de militância em instrumentos de mobilização eleitoral.

Em declaração nas redes sociais, o novo ministro afirmou que sua principal missão será “colocar o governo na rua”, prometendo levar as ações federais a todo o país e ouvir as demandas populares. O discurso, embora apresentado como iniciativa de aproximação com a sociedade, tem claro viés político: trata-se de um projeto de campanha antecipada, destinado a manter viva a imagem de um governo supostamente próximo do povo.

A escolha de Guilherme Boulos também serve como um gesto simbólico ao eleitorado mais ideológico, especialmente em um momento em que o governo enfrenta críticas pela falta de resultados concretos na economia e pela dificuldade de diálogo com o setor produtivo. Com a nomeação, Luiz Inácio Lula da Silva busca compensar a rejeição da classe média e empresarial, investindo em uma base de apoio mais fiel — ainda que isso aprofunde a polarização política.

O PSOL, um partido que deveria ser extinto, não pela estrutura de Estado, mas pelo próprio eleitorado, por sua vez, ganha protagonismo inédito no governo federal. Embora o partido seja reconhecido por suas posições radicais e por seu desprezo histórico pela livre iniciativa, passa agora a influenciar diretamente as estratégias políticas do Planalto. Ao ceder espaço a essa legenda, Lula demonstra que está disposto a sacrificar moderação e estabilidade institucional em nome de sua ambição eleitoral.

Com essa nomeação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça a convicção de que a reeleição em 2026 dependerá menos de resultados de governo e mais da capacidade de mobilizar emocionalmente o eleitorado de esquerda. O ingresso de Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência é, portanto, mais do que uma escolha administrativa — é um passo tático na construção de um projeto de poder que prioriza o cálculo político acima do interesse nacional.

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