Lula posa com cartaz “Cristina Libre” e reforça apoio à corrupta ex-presidente argentina
- Núcleo de Notícias
- 4 de jul.
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Presidente brasileiro presta solidariedade a Cristina Kirchner e relativiza condenações por desvio de recursos públicos

Durante sua visita oficial à Argentina na quinta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou repercussão internacional ao posar para fotos segurando um cartaz com os dizeres “Cristina Libre” (Cristina Livre) — uma alusão direta à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ter sido condenada por corrupção e improbidade administrativa.
A imagem foi registrada durante um encontro de Lula com o escultor e ativista Adolfo Pérez Esquivel. Também estavam presentes o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o deputado argentino Eduardo Valdés, que segurava outro cartaz com a frase “Lula Livre”, slogan usado por apoiadores do petista enquanto ele esteve preso por corrupção no Brasil.
O gesto simbólico de Lula ocorreu poucas horas depois de uma visita pessoal à residência de Cristina Kirchner, em Buenos Aires. No local, a ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde que foi condenada a seis anos de prisão. A Justiça argentina a considerou culpada por liderar um esquema fraudulento de contratos públicos, beneficiando o empresário Lázaro Báez, acusado de vencer de forma irregular 51 licitações durante os mandatos de Cristina.
Mesmo diante da condenação, Lula reiterou publicamente sua solidariedade à líder peronista, afirmando em suas redes sociais que “pôde sentir nas ruas o apoio popular que ela tem recebido” e desejando “força para seguir lutando”. O petista afirmou crer na inocência de Kirchner, assim como defende sua própria narrativa de “perseguição política” nos casos de corrupção que enfrentou no Brasil.
Cristina Kirchner também se manifestou após o encontro, descrevendo a visita de Lula como um "ato político de solidariedade" e comparando-se diretamente ao presidente brasileiro. “Estou em prisão domiciliar por decisão de um Poder Judiciário que se converteu num partido político a serviço do poder econômico. Lula também foi perseguido, e tentaram silenciá-lo, mas ele voltou com o voto popular”, declarou.
Embora as semelhanças entre os casos sejam exploradas por ambos os líderes, as condenações de Cristina Kirchner se referem a fraudes comprovadas pela Justiça argentina ao longo de mais de uma década. As obras públicas superfaturadas, muitas jamais concluídas, envolveram desvios bilionários. Lula, por sua vez, teve suas condenações anuladas por questões processuais pelo Supremo Tribunal Federal, sem que o mérito das acusações tenha sido reavaliado judicialmente.
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