Lula x Vale: "A empresa deve estar de acordo com o pensamento do governo"

Após não emplacar Guido Mantega como CEO, Lula volta a atacar a soberania da Vale

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Em uma semana conturbada no mercado de ações - marcada por declarações desastrosas do governo federal- a mineradora Vale voltou a ser alvo de ataques do sistema.

Inconformado em controlar apenas 8,7% do capital social da mineradora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, que a mineradora Vale “não pode pensar que pode mais que o Brasil” e que “empresas brasileiras precisam estar de acordo com o pensamento do governo brasileiro”.

“A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil. Ela não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro”, alertou.

“A Vale está tendo um problema no estado do Pará, está tendo um problema no estado de Minas Gerais. Ela não pagou as desgraças que eles causaram em Brumadinho, não construiu as casas que prometeram”, reiterou Lula.

O forte combate à mineradora privatizada em 1997, na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi marcado por uma sequência de investidas comandadas por Lula contra a empresa, quando chegou a ser cogitada a indicação do ex-ministro da Fazenda petista, Guido Mantega, ao cargo de CEO da Vale.

Embora o lobby tenha sido pesado, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, desmentiu que o presidente tenha se empenhado na missão.

"Lula nunca se disporia a fazer interferência direta em uma empresa de capital aberto", jurou.

Vale desmente acusações

Em resposta às acusações feitas pelo presidente Lula, a Vale informou que têm procurado atender a milhares de cidadãos afetados por desastres ambientais. Segundo a companhia, já foram desembolsados mais de R$ 27 bilhões destinados à realização de obras de recuperação e indenizações.