Marina Silva abandona sessão no Senado após embate com senadores
- Núcleo de Notícias

- 27 de mai.
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Ministra do Meio Ambiente se retira de audiência marcada por críticas, acusações e tensão com parlamentares da região Norte

A sessão desta terça-feira (27) na Comissão de Infraestrutura do Senado, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, terminou em confronto e abandono. Convidada a prestar esclarecimentos sobre a criação de unidades de conservação marinha no Norte do país, a ministra deixou a audiência após um acalorado bate-boca com senadores, especialmente com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), um dos seus críticos mais contumazes.
A audiência havia sido solicitada pelo senador Lucas Barreto (PSD-AP), preocupado com o impacto ambiental e econômico das unidades de conservação sobre a possibilidade de exploração de petróleo na Margem Equatorial, no Amapá. O tom da conversa, no entanto, rapidamente se elevou, e Marina foi alvo de críticas incisivas sobre a demora na liberação de licenças ambientais e sobre entraves a projetos de infraestrutura na Amazônia.
O ponto de ruptura ocorreu quando Plínio Valério afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina exigiu um pedido de desculpas que não foi concedido e, ao relembrar que o senador já havia dito que queria "enforcá-la" em outro episódio, decidiu encerrar sua participação na audiência.
O clima já era tenso desde o início, com desentendimentos prévios entre a ministra e o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), que a mandou “se pôr no seu lugar” após ela afirmar que não era “uma mulher submissa”. Outro embate ocorreu com o senador Omar Aziz (PSD-AM), que a acusou de travar o desenvolvimento do país ao dificultar o avanço de obras como a pavimentação da BR-319, rodovia vital para a ligação entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO).
Marina, em resposta, afirmou estar sendo usada como “bode expiatório” no caso da estrada e defendeu o rigor ambiental. O projeto da BR-319 é alvo de embates há anos por seu potencial impacto ambiental na floresta amazônica.
Com a saída da ministra, Marcos Rogério anunciou que deverá colocar em votação, na próxima reunião deliberativa da comissão, um requerimento de convocação formal de Marina Silva — o que a obrigaria a comparecer ao Senado para prestar novos esclarecimentos.



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