México e União Europeia reagem a tarifas de Trump e buscam acordos antes do prazo final

Núcleo de Notícias
13 de jul.
3 min de leitura

Presidentes Claudia Sheinbaum e Ursula von der Leyen pedem negociação urgente com os EUA

No sábado (12), os governos do México e da União Europeia reagiram oficialmente à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 30% sobre os produtos provenientes desses países a partir de 1º de agosto. Em resposta, ambos os parceiros comerciais manifestaram interesse em evitar um confronto econômico e pediram a retomada de negociações com Washington.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, demonstrou otimismo quanto à possibilidade de um acordo com os EUA. Segundo ela, uma mesa de negociações foi aberta na última sexta-feira em Washington, onde representantes dos Ministérios da Economia e das Relações Exteriores do México foram informados oficialmente sobre as novas tarifas.

O governo mexicano destacou que já iniciou tratativas com a administração Trump para buscar “uma alternativa” que evite os danos das tarifas e proteja empresas e empregos de ambos os lados da fronteira. Apesar do tom diplomático, o México demonstrou preocupação com os efeitos das medidas para setores estratégicos da economia.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, adotou uma postura mais crítica e declarou que a União Europeia está pronta para tomar “todas as medidas necessárias” para proteger seus interesses. Ainda assim, ela afirmou que o bloco continua aberto a negociações com os Estados Unidos, desde que isso ocorra antes do prazo-limite.

“Seguimos dispostos a continuar o trabalho para um acordo antes de 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais se for necessário”, afirmou Ursula von der Leyen, indicando a possibilidade de retaliações econômicas.

Trump justificou a imposição das tarifas ao México como parte de sua estratégia para conter a crise do fentanil, droga sintética que tem devastado comunidades americanas. O republicano acusa o governo mexicano de falhar no combate aos cartéis e de permitir o fluxo contínuo de entorpecentes para os EUA. “O México ainda não conseguiu parar os cartéis que tentam transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico”, disse Trump em sua carta oficial.

No caso da União Europeia, o argumento da Casa Branca é de natureza econômica: Trump busca reverter o déficit comercial dos EUA com o bloco europeu. “Entenda que os 30% estão muito abaixo do necessário para eliminar a disparidade do déficit comercial com a UE”, escreveu o presidente.

O anúncio das tarifas tem causado forte instabilidade nos mercados e pressiona as autoridades a encontrarem uma saída diplomática antes da entrada em vigor das medidas. Até o momento, não há sinal de recuo por parte dos Estados Unidos.

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