Opositor venezuelano Enrique Márquez é preso pelo regime de Nicolás Maduro
- Núcleo de Notícias
- 9 de jan.
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Prisão ocorre sob acusação de "planejar golpe"

O regime ditatorial de Nicolás Maduro confirmou na última quarta-feira (8) a prisão de Enrique Márquez, ex-candidato presidencial e figura destacada da oposição venezuelana, sob a acusação de planejar um suposto golpe de Estado. De acordo com o regime, Márquez estaria articulando uma cerimônia de posse simbólica do líder opositor Edmundo González Urrutia em uma embaixada no exterior, contestando a legitimidade do mandato de Maduro.
O ministro do Interior e da Justiça, Diosdado Cabello, apresentou em rede nacional um documento de 21 páginas, supostamente encontrado no computador de Márquez, que detalharia o plano. Segundo o ministro, a posse seria realizada em uma embaixada venezuelana nos Estados Unidos ou no Peru, países que atualmente não mantêm relações diplomáticas com Caracas. Cabello classificou a iniciativa como uma "tentativa de golpe" e acusou Márquez de conspirar com forças internacionais para desestabilizar o governo.
A prisão de Márquez gerou reações imediatas. Sonia Lugo, esposa do político, denunciou o que chamou de "ação paramilitar" destinada a intimidar aqueles que defendem uma Venezuela democrática. O presidente colombiano, Gustavo Petro, criticou a detenção, chamando Márquez de "amigo" e pedindo liberdade para os presos políticos no país.
Além disso, o governo venezuelano associou Enrique Márquez a um funcionário do FBI e a seis outros estrangeiros detidos recentemente, incluindo um soldado norte-americano, dois colombianos e três ucranianos, acusados de serem "mercenários".
Enrique Márquez, que também ocupou o cargo de vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral e foi deputado, vinha criticando veementemente o processo eleitoral de julho, pedindo transparência e a divulgação de atas que sustentassem os resultados proclamados pelo Tribunal Supremo de Justiça.
A prisão de Enrique Márquez é mais um episódio da forte repressão contra vozes dissidentes na Venezuela, aprofundando a crise política e os desafios enfrentados pelo povo e pela oposição em sua luta por eleições livres e democráticas.
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