Pacheco manifesta apoio à reeleição de Lula e admite interesse no STF

 Declarações levantam questionamentos sobre a conduta do presidente do Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), anunciou seu apoio à reeleição do presidente Lula (PT) nas eleições de 2026, durante entrevista ao UOL nesta quarta-feira (30). A declaração, além de revelar alinhamento com o governo, reacende dúvidas sobre a imparcialidade de Pacheco como líder do Senado.

Pacheco justificou seu apoio condicionando-o ao desempenho da economia nos próximos anos, acreditando que, caso o cenário econômico seja positivo, Lula se consolidará como favorito e poderá atrair até mesmo o apoio de partidos tradicionalmente de oposição, como o União Brasil e o Republicanos. "Pode haver uma compreensão de que há um favoritismo pleno do presidente Lula, e então a política pode ser atraída a uma candidatura mais óbvia", afirmou o senador, sinalizando um movimento para acomodar forças políticas ao redor da reeleição de Lula.

Outro ponto polêmico foi sua posição sobre uma possível indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco declarou que “não recusaria” uma vaga na Suprema Corte, caso fosse indicado. “Quem é advogado, como eu, alguém já disse que, se falar do Supremo Tribunal Federal, é algo que você não trabalha, mas também não recusa”, comentou. A afirmação de Pacheco levanta ainda mais questionamentos sobre a autonomia de sua atuação no Senado, especialmente diante de temas sensíveis para o governo.

Com o término de seu mandato na presidência do Senado previsto para fevereiro de 2025, a postura de Pacheco evidencia uma aproximação estratégica ao governo atual, levantando críticas sobre seu comprometimento com a imparcialidade e sua própria agenda de interesses políticos.