Poupança registra novo mês de saques e atinge R$ 45,6 bilhões em retiradas no ano
- Núcleo de Notícias

- 7 de abr.
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Desempenho fraco da caderneta reflete juros altos e perda de atratividade frente a investimentos mais rentáveis

A caderneta de poupança voltou a registrar saldo negativo em março, somando R$ 11,459 bilhões em saques líquidos, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (7). Esse foi o terceiro mês consecutivo de retiradas, consolidando um início de ano marcado pela fuga de recursos da modalidade, que já acumula perdas líquidas de R$ 45,692 bilhões em 2025.
O resultado reflete o crescente desinteresse dos brasileiros pela poupança, em um ambiente de juros elevados e maior acesso a alternativas mais rentáveis de investimento. Com a taxa Selic fixada em 14,25% ao ano, a rentabilidade da poupança segue a fórmula vigente para cenários de juros acima de 8,5%: remuneração de 0,5% ao mês acrescida da Taxa Referencial (TR). Mesmo assim, o rendimento real fica abaixo do observado em aplicações como Tesouro Direto, CDBs e fundos atrelados ao CDI.
A maior parte das retiradas no mês ocorreu no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com saques líquidos de R$ 9,239 bilhões. A poupança rural também apresentou fluxo negativo, com retirada líquida de R$ 2,220 bilhões. Ambos os segmentos registram perdas acumuladas nos três primeiros meses do ano, revelando uma tendência de desintermediação financeira.
A sequência de saques sugere que, enquanto os juros se mantiverem elevados e a inflação continuar pressionando o custo de vida, a poupança deve seguir perdendo espaço no portfólio dos brasileiros.



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