Presidente da Alemanha dissolve parlamento e convoca novas eleições
- Núcleo de Notícias
- 27 de dez. de 2024
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Crise na coalizão governista e tensões econômicas levam país a antecipar eleições para fevereiro de 2025

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciou nesta sexta-feira a dissolução do Bundestag, o parlamento federal, após o colapso da coalizão liderada pelo chanceler Olaf Scholz. Com a decisão, uma eleição antecipada foi marcada para o dia 23 de fevereiro, quando os alemães escolherão novos representantes para enfrentar os desafios políticos e econômicos do país.
A dissolução ocorreu após a derrota de Scholz em um voto de confiança em 16 de dezembro, encerrando sua gestão como líder de um governo minoritário. A coalizão tripartite, formada pelos partidos SPD, Verdes e FDP, já vinha enfrentando divergências internas sobre prioridades orçamentárias, resultando em seu colapso no início de novembro.
“Estou convencido de que, para o bem de nosso país, novas eleições são o caminho certo,” declarou Steinmeier em um discurso à nação, explicando que as negociações para formar uma nova coalizão fracassaram.
Desde a Segunda Guerra Mundial, esta é a quarta vez que o parlamento alemão é dissolvido antecipadamente, sendo os casos anteriores durante os governos de Willy Brandt (1972), Helmut Kohl (1982) e Gerhard Schroeder (2005).
Contexto de crise política e econômica
A Alemanha, maior economia da Europa, enfrenta um período de estagnação econômica, combinado com tensões políticas que têm beneficiado partidos não tradicionais. Nas recentes eleições regionais, o partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e a aliança de esquerda liderada por Sahra Wagenknecht (BSW) obtiveram vitórias significativas, desafiando o equilíbrio político tradicional.
Ambos os partidos se destacam por pedir uma reavaliação da política externa alemã, especialmente em relação ao apoio a Kiev. Atualmente, a Alemanha é o segundo maior provedor mundial de assistência à Ucrânia, incluindo suprimentos militares, atrás apenas dos Estados Unidos.
O cenário eleitoral promete um embate acirrado, enquanto os principais partidos enfrentam crescente insatisfação pública e a pressão por mudanças em políticas domésticas e internacionais.
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