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Protestos se intensificam no RS após produtores rejeitarem proposta do governo

Agricultores exigem securitização da dívida rural e apontam que medida do CMN não soluciona crise provocada por perdas sucessivas


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Os agricultores do Rio Grande do Sul seguem em protestos, que já duram mais de uma semana, em reação à resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que prorroga por até três anos os débitos de custeio agrícola. O governo federal anunciou a medida como uma "resposta emergencial" à crise enfrentada no campo, mas a proposta foi rejeitada pelos produtores, que consideram a solução insuficiente diante da magnitude dos prejuízos acumulados nos últimos anos, estimados em R$ 150 bilhões.


A resolução 5.220, publicada em 29 de maio, permite a prorrogação das dívidas de custeio por até três anos e das parcelas de investimento com vencimento neste ano por até um ano. Para contratos do Pronaf e Pronamp, a renegociação é autorizada até o limite de R$ 90 mil. No entanto, apenas 8% do saldo das parcelas de custeio com vencimento em 2025, contratadas com recursos equalizados pelo Tesouro, podem ser renegociadas — o que causou frustração generalizada entre os produtores.


Mais de 60 municípios gaúchos registram bloqueios de rodovias federais e estaduais, com manifestações organizadas por agricultores que exigem a securitização das dívidas agrícolas. A proposta, defendida pelo senador Luis Carlos Heinze, prevê transformar cerca de R$ 60 bilhões em dívidas rurais em títulos com prazo de pagamento de até 20 anos, reabilitando economicamente os produtores atingidos por repetidos eventos climáticos extremos, como secas severas e a enchente histórica que devastou o estado neste ano.


O senador criticou a resolução do CMN, alegando que diversos pontos cruciais foram ignorados, como a situação de produtores vinculados aos bancos de fábrica e a limitação da cobertura às instituições financeiras. Ele afirmou que a bancada ruralista do Congresso, em conjunto com entidades como a Fetag e a Farsul, está revisando os termos da resolução para corrigir distorções.


Paralelamente, o deputado Alceu Moreira entregou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, uma proposta alternativa baseada em fundos já existentes e que não demandaria verbas do Orçamento federal. Segundo ele, a securitização pode ser estruturada com títulos como CPRs, permitindo que o produtor quite suas dívidas ao longo de 15 ou 20 anos sem comprometer sua capacidade de continuar produzindo.


Na sexta-feira (7), bloqueios do tipo "pare e siga" foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal em diversos trechos das BRs 116, 285, 290 e 392. Em São Miguel das Missões, 45 produtores com cerca de 40 máquinas agrícolas ocupam a rodovia, explicando aos motoristas os motivos da manifestação. Em paralelo, um “tratoraço” mobilizou agricultores de cidades do norte gaúcho, como Tio Hugo, Marau e Coxilha, em direção a Passo Fundo.


A resolução do CMN estabelece que, para aderir à prorrogação, os produtores devem apresentar laudos que comprovem as perdas, com base na diferença entre o que foi plantado, colhido e a capacidade de pagamento. No entanto, o rigor das exigências burocráticas e o histórico de prejuízos acumulados fizeram com que os agricultores mantivessem as manifestações, alegando que a medida é apenas paliativa.


A continuidade dos protestos demonstra o desgaste da relação entre o governo federal e os produtores rurais, que esperam uma solução definitiva. Sem uma resposta concreta, cresce a pressão sobre o Congresso Nacional e o Executivo para que adotem medidas mais estruturais, capazes de assegurar a recuperação do setor agropecuário gaúcho.

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