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Real desvaloriza frente ao dólar e bolsa desaba após declarações de Fernando Haddad

Atualizado: 7 de out.

Investidores reagem à fala do ministro sobre política fiscal e possível intervenção do governo no transporte público


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A volatilidade do mercado financeiro brasileiro marcou o início da semana, com a desvalorização do Real frente ao dólar e a queda da bolsa de valores, fatores que convergem para uma preocupação acentuada dos investidores. Embora o cenário global contribua para a valorização da moeda americana, o impulso principal advém da crescente desconfiança em relação à direção da política econômica do atual governo. Declarações recentes do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, amplificaram as apreensões, reforçando o receio de uma expansão da intervenção estatal na economia e de um desequilíbrio nas contas públicas. Este ambiente de incerteza fiscal é um reflexo direto da percepção de um afastamento dos princípios de responsabilidade e prudência que deveriam guiar a gestão econômica.


Neste contexto, o índice do dólar, que espelha o desempenho da divisa em escala global, apresentou um avanço significativo na manhã desta terça-feira, 07 de outubro de 2025. A reação do mercado foi relevante após a entrevista do Ministro Haddad ao CanalGov, na qual, apesar de reiterar um compromisso com a responsabilidade fiscal, suas afirmações sobre o transporte público geraram imediata apreensão. A tentativa de projetar um cenário fiscal mais favorável do que gestões anteriores não se sustentou diante da substância de suas propostas, que sugerem uma contradição com a austeridade necessária para a recuperação econômica.


A preocupação central emergiu quando o ministro revelou que o governo está conduzindo um estudo aprofundado do setor de transporte, com a exploração de modelos de financiamento que poderiam envolver uma intervenção direta da União. A ausência de detalhes sobre a operacionalização dessa medida, somada à menção de um potencial programa de “tarifa zero”, foi um gatilho para o mercado. Economistas e investidores manifestaram sérias preocupações com o impacto orçamentário que tal proposta acarretaria. Em um cenário onde as contas públicas já se encontram sob extrema pressão, a sugestão de um projeto de viés inequivocamente populista, sem clara indicação de sua sustentabilidade financeira, intensifica o ceticismo em relação à gestão fiscal.


É importante destacar que a iniciativa para essa avaliação partiu da Presidência da República e visa, potencialmente, integrar a estratégia de reeleição em 2026. Embora o ministro Haddad tenha justificado o estudo como uma busca por eficiência, através da identificação de custos, subsídios e desafios tecnológicos, a leitura predominante do mercado foi outra. A comunidade financeira interpretou as declarações como um prenúncio de um inevitável aumento de gastos públicos e uma ampliação dos subsídios, distanciando-se de uma política de responsabilidade fiscal e de desoneração do Estado.


Os efeitos dessa postura já eram perceptíveis: a mera especulação sobre o tema na semana anterior já havia impulsionado as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs). Com as novas colocações do ministro, essa tendência se acentuou. As taxas de juros futuros registraram nova alta, em conjunto com a desvalorização da moeda nacional e a acentuada queda do Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira registrava uma perda de 2.392 pontos, correspondendo a uma retração de 1,67%, às 15h03 (horário de Brasília), evidenciando a imediata reação negativa dos ativos financeiros.


Apesar da volatilidade, o Banco Central interveio no mercado com um leilão de swap cambial, buscando atenuar a valorização do dólar e assegurar a liquidez. No entanto, a trajetória ascendente da moeda americana persistiu, registrando a cotação de 5,3450 (+0,61%) às 15h03 (horário de Brasília), sinalizando que as ações paliativas do Banco Central, embora necessárias, não foram suficientes para reverter a percepção fundamental. A persistência do desconforto dos investidores sublinha a falta de clareza quanto ao real compromisso do governo com o equilíbrio fiscal e a estabilidade econômica de longo prazo, evidenciando que a crise de confiança tem raízes mais profundas que não são resolvidas por intervenções pontuais.


A conclusão que se solidifica no mercado é de que a atual gestão demonstra uma propensão inabalável a expandir despesas e a intervir em setores fundamentais da economia. Essa postura compromete a credibilidade da política fiscal, gerando um ambiente de imprevisibilidade. O comportamento do dólar, nesse cenário, atua como um barômetro preciso da desconfiança instalada, indicando que o país se afasta perigosamente de uma trajetória de saneamento das contas públicas e de fomento à livre iniciativa.


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