Senado convoca presidente da CBF para esclarecer vínculo com Gilmar Mendes
- Núcleo de Notícias

- 7 de mai.
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Relação entre confederação e ministro do STF levanta suspeitas de conflito de interesses e legitimidade de permanência no cargo

A Comissão de Esporte do Senado aprovou, nesta quarta-feira, um convite ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades envolvendo sua permanência à frente da entidade e um possível conflito de interesses com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência pública deverá abordar, entre outros pontos, a relação entre a CBF e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar, que mantém parceria com a CBF Academy.
O pedido foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que ressaltou a gravidade das acusações e o impacto sobre a credibilidade da entidade que, embora seja privada, exerce importante papel social. A preocupação central gira em torno da decisão monocrática do ministro do STF que manteve Ednaldo no comando da confederação, mesmo diante de questionamentos judiciais sobre a legalidade do acordo que o reconduziu ao cargo. A perícia de uma das assinaturas envolvidas no documento, feita pela especialista Jacqueline Tirotti, indica que a rubrica atribuída ao coronel Nunes, ex-dirigente da CBF, pode ser falsa.
Em nota, a CBF afirmou que não teve acesso ao laudo pericial e que a análise está sendo usada de forma midiática, sem respeitar o devido processo. A entidade declarou confiança na Justiça brasileira e reiterou sua disposição em colaborar com as autoridades competentes.
Apesar das denúncias e da convocação, Ednaldo Rodrigues foi recentemente reeleito por unanimidade, com apoio das 27 federações estaduais e dos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro. No entanto, o Congresso Nacional enfrenta resistência de parlamentares da chamada “bancada da bola”, grupo com ao menos 22 membros nas duas Casas Legislativas, que tem atuado para blindar o presidente da CBF e impedir sua convocação em outras ocasiões, como em CPIs.
O convite aprovado no Senado pode representar uma ruptura nesse bloqueio político, reacendendo o debate sobre a transparência e os bastidores da principal entidade esportiva do país.



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