Ucrânia está pronta para firmar acordo com os EUA para exploração mineral

Kiev pretende assinar acordo com Washington ainda hoje

A Ucrânia está prestes a oficializar um acordo estratégico com os Estados Unidos voltado à exploração de recursos minerais em seu território. A assinatura poderá ocorrer ainda nesta quarta-feira (30), no fim do dia, no horário de Kiev.

A primeira vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, viajou aos Estados Unidos para finalizar os termos do tratado, que promete abrir caminho para investimentos norte-americanos em setores-chave da mineração ucraniana. A iniciativa, promovida pelo presidente Donald Trump, é vista por Kiev como uma forma de garantir maior respaldo econômico e político de Washington em meio à guerra com a Rússia, que já dura mais de três anos.

O pacto representa um avanço do memorando de entendimento assinado entre os dois países em 18 de abril, que previa a conclusão das negociações até o dia 26 do mesmo mês. Apesar da sensibilidade geopolítica do tema, as autoridades envolvidas indicaram que os termos estão alinhados e que a formalização está iminente.

O governo de Volodymyr Zelenskiy encara o acordo como uma oportunidade estratégica para diversificar sua base econômica e atrair investimentos em setores de alta demanda global, como terras raras e minerais críticos — insumos fundamentais para a indústria tecnológica e de defesa.

Embora o presidente Trump tenha sinalizado recentemente que sua administração pode suspender os esforços diplomáticos por um cessar-fogo caso não haja avanços concretos, o acordo mineral surge como um sinal de que os laços entre os dois países permanecem sólidos. A assistência militar norte-americana, que segundo Zelensky representa cerca de 30% do arsenal ucraniano, continua sendo um pilar da resistência contra os ataques russos.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, garantiu no último domingo (27) que os auxílios militares previamente concedidos pelos EUA não serão compensados por essa nova parceria mineral, afastando especulações sobre eventuais compensações políticas. Shmyhal esteve recentemente em Washington, onde se encontrou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e classificou os avanços como "significativos".