Boletim Focus aponta cenário econômico desanimador para o Brasil nos próximos anos

Núcleo de Notícias
há 6 horas
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Projeções indicam crescimento tímido, inflação persistente e câmbio pressionado, reforçando clima de incerteza

O mais recente Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (11), reforça um panorama pouco animador para a economia brasileira. Apesar de pequenas revisões para baixo na inflação projetada, o recuo marginal não é suficiente para reverter a percepção de estagnação e instabilidade que paira sobre o país.

A estimativa para o IPCA de 2025 caiu levemente de 5,07% para 5,05%, mas continua bem acima do centro da meta, sinalizando que a inflação deve seguir corroendo o poder de compra da população. No câmbio, a projeção para 2025 permanece em um patamar elevado, de R$ 5,60, o que pressiona importações e pode alimentar novos aumentos de preços.

O Produto Interno Bruto (PIB) também sofreu revisão negativa, passando de 2,23% para 2,21%, refletindo a falta de tração da economia. As perspectivas para os anos seguintes continuam modestas: 1,87% em 2026, 1,93% em 2027 e 2% em 2028 — este último congelado há 74 semanas, demonstrando a descrença em um avanço mais robusto.

A taxa Selic, mantida em projeção de 15% para este ano, deve recuar de forma lenta nos próximos períodos, com estimativas de 12,50% para 2026, 10,50% para 2027 e 10% para 2028, patamares ainda elevados e capazes de inibir investimentos e consumo.

Para a inflação de anos futuros, o Boletim Focus aponta 4,41% em 2026, 4% em 2027 e 3,80% em 2028, sem grandes sinais de convergência para o objetivo oficial. O IGP-M também registra projeções modestas, com 1,28% para 2025, mas voltando a patamares acima de 4% já a partir de 2026.

O conjunto dos dados evidencia que o Brasil segue preso a um ciclo de baixo crescimento, inflação resistente e instabilidade cambial. As revisões negativas no PIB e a manutenção de juros altos revelam que, sem mudanças estruturais profundas, o país dificilmente sairá dessa trágica situação econômica nos próximos anos.

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