Boletim Focus: Projeções do mercado reforçam cenário de estagnação econômica no Brasil

Núcleo de Notícias
22 de set.
3 min de leitura

Estimativas para inflação e juros caem levemente, mas expectativa para o PIB desaba e câmbio elevado aponta para fragilidade estrutural

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (22) indica que 2025 tem se consolidado como um ano de fortes dificuldades para a economia brasileira, sem perspectiva de melhora no curto prazo. A expectativa para o câmbio segue em R$ 5,50, enquanto a inflação permanece projetada em 4,83%, patamar que evidencia um cenário de persistente pressão sobre o custo de vida. A taxa básica de juros, por sua vez, está mantida em 15% pela décima terceira semana consecutiva, refletindo um ambiente que dificulta a retomada da atividade econômica, trava investimentos e não oferece perspectiva de alívio no curto prazo.

INFLAÇÃO

A inflação projetada para 2025 segue em 4,83%, revelando a dificuldade em controlar os preços em um cenário de baixo dinamismo econômico. Para 2026, houve apenas uma queda marginal, de 4,30% para 4,29%. Em 2027, a projeção está em 3,90% e, em 2028, em 3,70%. Os números seguem em patamares elevados e não apontam para uma melhora significativa.

CÂMBIO

A expectativa para o câmbio em 2025 foi mantida em R$ 5,50. Para 2026 e 2027, a estimativa é de R$ 5,60, caindo apenas para R$ 5,54 em 2028. Essa trajetória mostra a falta de confiança do mercado na capacidade do Brasil de reduzir vulnerabilidades externas e atrair investimentos de longo prazo.

JUROS (SELIC)

A taxa básica de juros segue projetada em 15% para 2025, já pela 13ª semana consecutiva, evidenciando a ausência de espaço para cortes relevantes no curto prazo. Para 2026, a Selic recuou levemente de 12,38% para 12,25%. Ainda assim, as previsões de longo prazo permanecem em níveis elevados: 10,50% em 2027 e 10% em 2028.

PIB

O Produto Interno Bruto reflete o quadro de estagnação, ficando em 2,16% em 2025. Para 2026, a projeção é de 1,80%. Em 2027, o número está em apenas 1,90%, e em 2028, em 2%. As estimativas seguem inalteradas há 80 semanas, revelando a absoluta falta de perspectivas de crescimento.

PREÇOS ADMINISTRADOS

As previsões para preços administrados aumentaram em 2025, passando de 4,66% para 4,75%, pressionando ainda mais o custo de vida das famílias. Para 2026, houve recuo para 3,97%, e em 2027 e 2028 as projeções ficaram em 4% e 3,65%, respectivamente. Apesar das quedas pontuais, os índices permanecem elevados e não indicam alívio real no médio prazo.

CONCLUSÃO

O Boletim Focus, longe de sinalizar recuperação, reforça um cenário de baixo crescimento, inflação resistente, câmbio pressionado e juros altos. O Brasil segue preso em um ciclo de mediocridade econômica, sem sinais concretos de que conseguirá romper com essa trajetória.

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