Boletim Focus: Projeções expõem cenário de desaceleração e incerteza na economia brasileira

Inflação "controlada" à custa de estagnação, dólar pressionado e crescimento fraco refletem pessimismo persistente no horizonte econômico do país

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (13) trouxe novas revisões para baixo nas expectativas de inflação, mas o ínfimo alívio nos índices não foi suficiente para dissipar o clima de desconfiança quanto à capacidade da economia brasileira de sustentar crescimento.

INFLAÇÃO

A projeção para o IPCA de 2025 caiu de 4,80% para 4,72%, sugerindo uma desaceleração que, na prática, reflete mais a fraqueza da atividade econômica do que uma melhora estrutural.

A projeção para 2026 ficou em 4,28%, para 2027 em 3,90%, e em 2028 houve uma leve redução de 3,70% para 3,68%, evidenciando que o mercado não acredita em grandes avanços na convergência para a meta de inflação nos próximos anos.

Em relação ao IGP-M, indicador relevante para reajustes de aluguéis e contratos, a previsão para 2025 caiu marginalmente de 0,96% para 0,95%, um nível historicamente baixo, o que reforça a perspectiva de desaquecimento. Para 2026, a estimativa ficou em 4,20%, para 2027 em 4,00%, e para 2028 manteve-se em 3,98%.

Os preços administrados, por sua vez, indicam pressão contínua. Para 2025, a projeção subiu de 4,77% para 4,81%, enquanto para 2026 ficou em 3,97%. Em 2027, a expectativa recuou de 4,00% para 3,84%, e para 2028, manteve-se em 3,70%. O aumento em 2025 reforça a percepção de que custos de energia e combustíveis ainda pesarão sobre o consumidor.

CÂMBIO

O câmbio segue sob forte pressão e revela a falta de confiança do mercado na política fiscal e monetária do governo Lula. A previsão para o dólar em 2025 ficou em R$ 5,45, indicando expectativa de desvalorização do real frente à moeda norte-americana.

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