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Boletim Focus traz revisões tímidas e mantém cenário sombrio para economia brasileira

Quedas pontuais nas projeções de inflação e câmbio não escondem estagnação estrutural e juros sufocantes nos próximos anos


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O mais recente Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central, reforça um cenário de estagnação prolongada e desconfiança estrutural no desempenho da economia brasileira. Apesar da queda marginal na projeção da inflação de 2024 — de 5,44% para 5,25%, a terceira revisão consecutiva —, os fundamentos permanecem frágeis e os riscos fiscais e políticos seguem corroendo a confiança dos agentes econômicos.


No que diz respeito ao crescimento, o leve ajuste positivo do PIB para este ano, de 2,18% para 2,20%, soa mais como um respiro técnico do que um sinal de recuperação sustentada. As projeções de crescimento para os anos seguintes seguem anêmicas: 1,83% em 2026 e apenas 2% em 2027 e 2028 — patamar insuficiente destravar o potencial produtivo do país.


A manutenção desses números por dezenas de semanas evidencia um mercado cético quanto à capacidade do Brasil de romper com a mediocridade econômica.

No front cambial, a revisão para baixo da expectativa do dólar em 2025 — de R$ 5,80 para R$ 5,77 — está longe de indicar estabilidade. O patamar elevado da moeda reflete a percepção de risco crescente, diante de incertezas políticas internas, descontrole fiscal e uma política econômica guiada por interesses ideológicos em detrimento da responsabilidade.


Já a taxa básica de juros segue como um entrave para qualquer retomada mais vigorosa. A Selic continua projetada em sufocantes 14,75% para este ano, e mesmo com uma queda gradual prevista nos anos seguintes — 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028 —, os juros reais permanecerão entre os mais altos do mundo, desestimulando o investimento produtivo e ampliando o custo da dívida pública.


No que se refere aos preços administrados, a leve queda da projeção para 2025 (de 4,55% para 4,34%) não altera o panorama de pressão persistente. As estimativas seguem acima da meta de inflação até 2028, com projeções que variam entre 3,80% e 4,32%, sugerindo que o controle de preços segue sendo um desafio mal endereçado pelo governo.


Mesmo os indicadores de inflação de médio prazo, como o IGP-M, que registraram leve recuo nas previsões para 2025 e 2026, ainda refletem instabilidade e sensibilidade a choques externos e internos — o que, em um ambiente de credibilidade fiscal abalada, eleva o grau de incerteza para consumidores e empresários.


O Boletim Focus desta segunda-feira revela uma economia travada, sem sinais concretos de reformas estruturais, com juros estrangulantes, crescimento pífio e um câmbio volátil. Em vez de avanços, o que se projeta para os próximos anos é mais do mesmo: um Brasil emperrado e sem direção estratégica.

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