China exige que EUA cesse expansão militar no espaço

Pequim responde ao plano americano de ativar bloqueadores de satélites até 2025

O governo chinês apelou aos Estados Unidos para que interrompam a militarização do espaço, alertando que suas ações representam uma ameaça à segurança global. O pedido foi feito em reação ao recente anúncio de Washington sobre a ativação de bloqueadores de satélites.

Durante uma conferência de imprensa, Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, reforçou a posição do país em prol do uso pacífico do espaço e contra a corrida armamentista espacial. Jian ressaltou que a China “exige que os EUA parem de difundir declarações irresponsáveis e contenham a ampliação de suas atividades militares no espaço”, enfatizando a necessidade de preservar a paz e a segurança espacial.

Segundo o porta-voz, a China não tem interesse em uma corrida espacial e não busca superioridade nesse setor. Lin criticou a postura americana de definir o espaço como um domínio de guerra e trabalhar para expandir suas alianças militares nesse meio.

Na última semana, a Bloomberg reportou que o sistema de bloqueio de comunicações Counter Communications System, ou Meadowlands, desenvolvido pela Força Espacial dos EUA, deverá ter suas primeiras cinco unidades operacionais entre janeiro e março de 2025, após um atraso de mais de dois anos. O equipamento foi projetado para interromper temporariamente as comunicações de satélites de países como China e Rússia, em caso de conflito.

O Pentágono frequentemente acusa a China de desenvolver armas anti-satélite, enquanto Pequim nega as acusações e alega que os EUA são os principais responsáveis pela militarização do espaço. Acusações semelhantes são feitas contra a Rússia, com Washington sugerindo que o país possui capacidades anti-satélite potencialmente nucleares, algo negado pelo Kremlin, que as considera uma manobra para desviar a atenção das próprias atividades militares dos EUA no espaço.