Fluxo cambial no Brasil registra saldo negativo de US$ 4,4 bilhões em setembro
- Núcleo de Notícias

- 25 de set. de 2024
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Dados do Banco Central mostram saídas tanto no setor financeiro quanto no comercial
O Brasil acumulou um fluxo cambial negativo de US$ 4,4 bilhões em setembro até o dia 20, conforme divulgou o Banco Central nesta quarta-feira. O resultado foi influenciado por saídas líquidas tanto no canal financeiro quanto no comercial.
No setor financeiro, o saldo foi negativo em US$ 3,292 bilhões. Esse canal inclui operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, além de remessas de lucros e pagamento de juros.
Já no comércio exterior, o déficit foi de US$ 1,108 bilhão no mesmo período.
Entre os dias 16 e 20 de setembro, o fluxo cambial totalizou um saldo negativo de US$ 3,058 bilhões, intensificando a tendência negativa do mês. As informações ainda são preliminares e fazem parte das estatísticas de câmbio contratado divulgadas pelo Banco Central.
Entenda o Fluxo Cambial
O fluxo cambial trata-se da diferença entre a entrada e a saída de dólares (ou outras moedas estrangeiras) no país. Essas transações ocorrem por dois canais principais: o financeiro e o comercial. O canal financeiro inclui operações como investimentos estrangeiros, remessas de lucros e pagamentos de juros. Já o comercial está relacionado às exportações e importações de bens e serviços. Um fluxo cambial positivo indica que mais dólares estão entrando no país do que saindo, enquanto um fluxo negativo indica o oposto.
Consequências de um Fluxo Cambial deficitário
Quando o fluxo cambial é negativo, significa que há uma redução na oferta de dólares no mercado interno. Essa situação pode levar à desvalorização do real, pois a demanda por dólares aumenta à medida que os investidores e empresas buscam a moeda estrangeira para honrar compromissos externos. Isso, por sua vez, pode pressionar os preços de importações e, eventualmente, contribuir para um aumento da inflação no país.
Além disso, um fluxo cambial negativo pode sinalizar desconfiança dos investidores estrangeiros em relação à economia local, especialmente se houver saídas líquidas recorrentes no canal financeiro. Isso afeta o nível de reservas internacionais do Brasil e pode reduzir a capacidade do país de responder a crises econômicas ou cambiais no futuro.
A continuidade desse cenário exigirá medidas por parte do governo para atrair mais investimentos externos e equilibrar o saldo comercial, buscando reverter a tendência de déficit cambial que, se prolongada, pode impactar o crescimento econômico e a estabilidade financeira.




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