Furacão Oscar atinge Cuba em meio a apagões generalizados
- Núcleo de Notícias

- 21 de out. de 2024
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Colapso da maior usina de energia da ilha deixou o país às escuras antes da chegada da tempestade
O furacão Oscar atingiu Cuba no domingo, trazendo fortes ventos e chuvas intensas, enquanto o país já enfrentava uma das piores crises de energia de sua história recente. O colapso da principal usina elétrica cubana na sexta-feira provocou um apagão quase total, deixando milhões sem eletricidade por dias.
Classificado como um furacão de Categoria 1, com ventos de até 130 km/h, Oscar atingiu a província de Guantánamo, no leste do país, próximo à cidade de Baracoa. No entanto, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, a tempestade enfraqueceu para uma tempestade tropical no final do domingo, mas ainda representa risco de inundações e deslizamentos de terra em várias regiões do leste de Cuba.
O apagão, que é o mais grave registrado nos últimos dois anos, havia sido parcialmente resolvido no sábado, mas voltou a ocorrer, deixando novamente boa parte do país sem energia. As autoridades esperam restabelecer o fornecimento em grande parte das áreas até a noite de segunda-feira.
Além da falta de luz, muitas famílias estão sem acesso à água, já que o abastecimento depende de bombas elétricas. Como resultado, muitos cubanos têm recorrido ao uso de lenha para cozinhar, enquanto alimentos começam a estragar nas geladeiras. Em Havana, a capital, a maioria dos bairros ficou às escuras, com exceção de alguns hotéis e hospitais que funcionam com geradores de emergência.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, declarou que o governo está “trabalhando arduamente para proteger a população e os recursos econômicos” diante da chegada do furacão, e emitiu um alerta de que qualquer tentativa de “perturbar a ordem pública” durante os apagões seria tratada com rigor.
A crise energética se soma aos problemas já enfrentados pela ilha, que sofre com a escassez de alimentos, medicamentos, combustíveis e água, agravados pela inflação crescente. Díaz-Canel culpou o bloqueio econômico dos EUA, endurecido durante o governo Trump, pelas dificuldades em adquirir combustíveis e peças de reposição para as usinas de energia do país.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, reforçou o discurso do presidente, afirmando que o povo cubano “agradece às vozes que denunciam o bloqueio dos EUA, a principal causa das limitações e prejuízos sofridos por nossa população.”
Cuba tem uma longa história de apagões em tempos de crise econômica, e em julho de 2021, cortes de energia prolongados resultaram em protestos de milhares de cubanos nas ruas.




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