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Greve de portuários nos EUA paralisa 36 portos e faz fila de navios crescer

Impasse nas negociações e congestionamento podem causar efeitos devastadores na economia


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Foto: Mike Segar/REUTERS


A maior greve de estivadores nos Estados Unidos em quase meio século chegou ao seu terceiro dia nesta quinta-feira, afetando severamente 36 portos ao longo da Costa Leste e da Costa do Golfo, com filas crescentes de navios porta-contêineres aguardando para descarregar. A paralisação, que interrompeu o embarque e desembarque de mercadorias essenciais, como alimentos perecíveis e peças automotivas, já levou à ancoragem de pelo menos 45 navios que ficaram impossibilitados de realizar suas operações.


O congestionamento de navios nos portos mais movimentados do país reflete a gravidade da greve, que envolve 45.000 trabalhadores portuários representados pelo sindicato International Longshoremen's Association (ILA). Antes da greve, apenas três navios estavam ancorados esperando para descarregar, mas a fila aumentou rapidamente desde domingo, e analistas preveem que o número pode dobrar até o final da semana. Especialistas da Everstream Analytics alertam que a crise logística resultante poderá levar semanas ou até meses para ser completamente resolvida.


A paralisação foi deflagrada após o fracasso nas negociações entre a ILA e o grupo patronal United States Maritime Alliance (USMX), que representa os operadores portuários. O sindicato está exigindo não apenas um aumento salarial expressivo, mas também o compromisso das empresas de interromperem projetos de automação portuária, que, segundo a ILA, ameaçam eliminar milhares de empregos no setor. A USMX, pressionada pela Casa Branca, ofereceu um reajuste de 50% nos salários dos trabalhadores, mas a proposta foi considerada insuficiente pelo sindicato, que mantém sua posição firme nas demandas por proteções contra a automação.


Embora não haja nenhuma sessão de negociação programada para retomar o diálogo, a USMX afirmou estar aberta a discussões, mas rejeitou pré-condições impostas pela ILA para reabrir as conversas. "Não podemos concordar com termos pré-definidos, mas permanecemos comprometidos em negociar de boa fé para encontrar um equilíbrio entre as demandas dos trabalhadores e as preocupações dos empregadores", declarou o grupo patronal em um comunicado.


A situação tem atraído a atenção da Casa Branca, que se posicionou ao lado dos trabalhadores, pressionando os empregadores a aumentarem sua oferta salarial, citando os lucros extraordinários do setor de transporte marítimo desde a pandemia. No entanto, o governo do presidente Joe Biden deixou claro que não pretende usar sua autoridade federal para encerrar a greve, apesar dos apelos crescentes de setores empresariais para uma intervenção.


Na quarta-feira, a Federação Nacional do Varejo, acompanhada por outras 272 associações comerciais dos EUA, enviou uma carta ao governo pedindo ação urgente para interromper a paralisação, alertando que os impactos na economia podem ser devastadores. As associações argumentam que, com a interrupção dos fluxos de mercadorias em grandes centros comerciais como Nova York, Baltimore e Houston, o desabastecimento de produtos pode afetar diretamente tanto consumidores quanto empresas em todo o país.


Uma possível solução para aliviar o congestionamento seria redirecionar os navios para os portos da Costa Oeste, do outro lado do país, utilizando o Canal do Panamá. No entanto, essa alternativa envolve um custo logístico elevado, além de acrescentar semanas aos prazos de entrega, o que pode agravar ainda mais as cadeias de suprimento já fragilizadas.


Com o aumento da pressão sobre ambos os lados, a expectativa de uma solução rápida diminui, e os impactos econômicos da greve tendem a se espalhar por toda a cadeia de suprimentos dos EUA. Analistas acreditam que, se a paralisação continuar por muito mais tempo, o efeito cascata poderá ser devastador, desde o encarecimento de produtos até a perda de empregos em setores diretamente dependentes dos portos para o transporte de mercadorias essenciais.


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