top of page

Haddad tenta conter desgaste com novo pacote tributário após fracasso do decreto do IOF

Governo recua de alta do IOF, mas anuncia MP que eleva impostos sobre apostas e investimentos para aumentar arrecadação


ree

Diante da forte reação do Congresso, do mercado financeiro e da própria população, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou no domingo (8) que o governo editará uma nova Medida Provisória (MP) para substituir, ao menos em parte, os efeitos do polêmico decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida havia sido lançada há pouco mais de duas semanas com a expectativa de arrecadar R$ 20 bilhões em 2025, mas enfrentou críticas intensas e gerou mais de 20 propostas legislativas para derrubá-la.


A reunião, que durou cerca de cinco horas na Residência Oficial da Câmara dos Deputados, contou com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), além de lideranças partidárias. Sob pressão, Haddad apresentou como alternativa uma MP que amplia a carga tributária sobre o faturamento das plataformas de apostas online — as chamadas bets — de 12% para 18%, e passa a tributar investimentos hoje isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), com alíquota de 5%.


Segundo Haddad, o objetivo é “recalibrar” o decreto do IOF e suavizar os impactos negativos causados pela iniciativa original. No entanto, o ministro não detalhou quanto o governo espera arrecadar com essas novas medidas — um sinal de que a estratégia ainda carece de base sólida, e pode enfrentar obstáculos similares aos que derrubaram o aumento do IOF.


Ao lado do ministro, o presidente da Câmara afirmou que a nova proposta é “menos danosa” do que o decreto anterior, e elogiou a disposição do governo de rever sua estratégia. Ainda assim, o gesto evidencia mais um recuo do Planalto frente à dificuldade de obter apoio político para sua política fiscal.


O governo Lula, em sua busca por aumentar a arrecadação sem cortar gastos, recorre cada vez mais a medidas pontuais que ampliam a carga tributária sobre setores produtivos.


A tributação sobre investimentos como LCI e LCA também revela uma guinada preocupante na política econômica: o desestímulo ao crédito direcionado à habitação e ao agronegócio, justamente em setores estratégicos e tradicionalmente incentivados. A nova alíquota de 5%, embora inferior à do IR tradicional, representa o início de uma quebra no compromisso histórico de isenção dessas aplicações.


A iniciativa de “recalibrar” a medida — que será formalmente anunciada nesta segunda-feira (9) — ocorre ainda sob o pano de fundo do retorno do presidente Lula, que deve dar respaldo político às decisões da Fazenda. Contudo, com a resistência crescente do Congresso e o ambiente econômico já pressionado, a nova MP surge mais como uma tentativa de remendar danos do que de apresentar uma solução estruturada.

Comentários


O Rumo News é uma produção do
Instituto Democracia e Liberdade.

Copyright © 2025 - Instituto Democracia e Liberdade  -  CNPJ: 46.965.921/0001-90

Confira os Termos de Uso e Condições

Política de Reembolso: Reembolsos serão processados apenas em casos de duplicação de pagamento ou problemas técnicos que impeçam o acesso ao serviço. O reembolso será creditado na mesma forma de pagamento utilizada.

Política de Troca: Devido à natureza dos serviços digitais, não realizamos trocas.

 

Métodos de pagamento disponíveis no site: Cartões de crédito e Pix.
 

Dúvidas, problemas ou sugestões? Entre em contato: contato@institutoidl.org.br

  • Instagram
  • YouTube
bottom of page