Impasse comercial entre EUA e China persiste apesar de trégua tarifária
- Núcleo de Notícias

- 30 de mai.
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Secretário do Tesouro americano afirma que diálogo entre Trump e Xi Jinping pode destravar negociações

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou na quinta-feira (29) que as negociações comerciais com a China estão “um pouco estagnadas” e sugeriu que um contato direto entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping pode ser necessário para impulsionar os avanços. Apesar da recente trégua firmada entre os dois países, a falta de progresso concreto indica um impasse nas relações econômicas entre as maiores potências do mundo.
Scott Bessent declarou à Fox News que uma conversa entre os dois líderes pode ser fundamental para dar novo fôlego às tratativas, destacando o que ele considera um bom relacionamento pessoal entre Trump e Xi como uma possível via de resolução. Segundo ele, “dada a magnitude das negociações, isso vai exigir que ambos os líderes falem um com o outro”.
Há duas semanas, Estados Unidos e China anunciaram, após reuniões realizadas em Genebra, uma trégua tarifária temporária. O acordo previa a redução das tarifas mútuas por 90 dias: os EUA diminuiriam suas taxas para 30%, enquanto as tarifas impostas pela China cairiam para 10%. Além disso, Pequim prometeu suspender ou cancelar medidas não tarifárias, embora não tenha fornecido maiores detalhes sobre o que isso envolveria.
Os dois países também se comprometeram a criar um mecanismo bilateral de consulta econômica e comercial, com encontros regulares ou conforme necessário, alternando os locais entre os dois países ou em uma nação terceira previamente acordada.
No entanto, após o anúncio da trégua, pouco se avançou. Ao contrário, Washington ampliou as restrições tecnológicas contra empresas chinesas. O governo Trump emitiu novos alertas globais sobre o uso de chips de inteligência artificial da Huawei, ameaçando empresas com penalidades criminais por supostas violações de exportações. Além disso, empresas americanas foram instruídas a suspender a venda de softwares usados no design de semicondutores para grupos chineses, como parte de um esforço para limitar a capacidade da China de desenvolver chips avançados.
A resposta chinesa tem sido contida publicamente. O Ministério das Relações Exteriores da China se recusou a comentar diretamente as declarações de Scott Bessent. Ainda assim, vozes próximas ao Partido Comunista têm sinalizado que o país precisa estar preparado para um confronto prolongado com os EUA. Em artigo publicado na China Economic Net, o vice-presidente da Sociedade da China para Estudos da OMC, Huo Jianguo, afirmou que Pequim deve estar pronta tanto para negociar quanto para resistir em uma disputa que classificou como “complexa e de longo prazo”.



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