Lula afirma que “traficantes são vítimas dos usuários” e faz justificativa inaceitável para o crime organizado

Núcleo de Notícias
24 de out.
2 min de leitura

Presidente sugeriu ainda que seria “mais fácil” para Brasil e Estados Unidos focarem no combate aos viciados em vez de nos criminosos que organizam e financiam o tráfico

Em entrevista concedida em Jacarta, na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “os traficantes são vítimas dos usuários” e sugeriu que seria “mais fácil” para Brasil e Estados Unidos focarem no combate aos viciados em vez de nos criminosos que organizam e financiam o tráfico.

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem justamente em um momento de alta tensão regional, quando os Estados Unidos intensificam operações contra embarcações que transportam drogas sob proteção de regimes aliados ao crime organizado. Em vez de reconhecer a cadeia de comando e financiamento por trás do narcotráfico e o papel de Estados que se beneficiam dessas redes, o presidente adotou um tom complacente com os responsáveis pelo comércio ilícito. Dizer que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também” equivale a uma inversão moral que simplifica um problema complexo e negligencia as responsabilidades criminais de quem organiza, protege e exporta drogas de alto potencial destrutivo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que, se o presidente Donald Trump quiser, tratará dos ataques dos Estados Unidos a embarcações na costa da Venezuela durante o encontro entre os dois líderes, marcado na agenda paralela à cúpula da ASEAN. Lula alertou para um suposto risco de “cada um achar que pode invadir o território do outro”, posicionamento que contrasta com a necessidade prática de ações coordenadas contra rotas de tráfico internacionais e com a obrigação de enfrentar regimes coniventes com o narcotráfico, como a ditadura de Nicolás Maduro.

A declaração do presidente Lula em Jacarta expõe uma visão absurda sobre um problema que exige articulação entre inteligência, diplomacia e, principalmente, enfrentamento militar.

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