Morgan Stanley rebaixa classificação da Pagbank e Stone e ações despencam
- Núcleo de Notícias

- 5 de set. de 2024
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Relatório alerta sobre saturação dos pagamentos digitais no Brasil e prevê queda acentuada nos papéis das empresas
Imagem: ADragan/GettyImages
O banco Morgan Stanley rebaixou as ações do Pagbank e da Stone nesta quinta-feira (5), alterando sua classificação de "neutro" (equalweight) para "venda" (underweight), conforme relatório divulgado ao mercado. Intitulado "fim do crescimento", o documento destaca preocupações sobre a saturação no setor de pagamentos digitais no Brasil, com previsões pessimistas para as duas empresas.
Analistas de mercado reduziram os preços-alvo das ações do Pagseguro para US$ 6,5 e da Stone para US$ 7, bem abaixo das expectativas do mercado, que estimava US$ 15,8 para PAGS e US$ 17,8 para STNE.
De acordo com o relatório, o Brasil está a caminho de ser a primeira economia a atingir a saturação dos pagamentos digitais até o final deste ano, o que poderia trazer desafios severos para o crescimento e a lucratividade no setor de aquisições comerciais. O Morgan Stanley projeta uma queda de 40% a 50% no valor das ações, alertando que o consenso do mercado subestima os impactos desse cenário.
"As perspectivas para o lucro por ação de Pagbank e Stone foram reduzidas em até 56% até 2030, com a previsão de um crescimento mais lento no TPV (Volume Total de Pagamentos) e compressão nos preços de pré-pagamento", explicou o banco. A intensificação da concorrência entre empresas incumbentes, que até então contavam com o crescimento robusto do TPV, também deve acirrar a disputa no setor.
As previsões do banco para o lucro líquido do Pagbank e Stone em 2024 estão 9% e 15% abaixo do consenso, respectivamente, e as estimativas para 2026 apontam para quedas ainda maiores, de 14% e 22%. "O futuro das receitas de pré-pagamento está em risco", concluíram os analistas.
Após a divulgação do relatório, as ações do Pagbank caíram 10,38%, para US$ 9,50, enquanto os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) registraram baixa de 10,18%, sendo negociados a R$ 10,68. As ações da Stone também sentiram o impacto, com queda de 9,99%, para US$ 11,35, e seus BDRs caíram 10,81%, a R$ 63,70.




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