OpenAI pede a investidores que não apoiem concorrentes, como a xAI de Elon Musk
- Núcleo de Notícias

- 3 de out. de 2024
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Startups como a Anthropic e a xAI enfrentam desafios em atrair investimentos enquanto OpenAI assegura bilhões em financiamento
A OpenAI solicitou que investidores evitem apoiar startups concorrentes, como a Anthropic e a xAI, de Elon Musk, após ter garantido US$ 6,6 bilhões (cerca de R$ 35,9 bilhões) em novos aportes. A empresa, sob a liderança de Sam Altman, está em uma busca para proteger sua posição de liderança no setor de inteligência artificial generativa, consolidando-se ainda mais com essa nova rodada de investimentos.
Nesta quarta-feira (2), a OpenAI anunciou a conclusão de sua mais recente captação de recursos, elevando sua avaliação para impressionantes US$ 150 bilhões (R$ 816,4 bilhões), um valor recorde no Vale do Silício. Fontes próximas às negociações indicaram que a empresa deixou claro o desejo de acordos de financiamento exclusivos, buscando limitar o apoio de investidores a competidores no campo da IA.
Essa postura, de acordo com especialistas, visa restringir o acesso dos concorrentes a capital e parcerias estratégicas, o que pode aumentar as tensões entre a OpenAI e seus rivais, especialmente com Musk, que recentemente processou a empresa. Além disso, investidores de capital de risco, que normalmente mantêm acesso a informações confidenciais sobre as empresas em que investem, podem encontrar dificuldades ao tentar apoiar múltiplas startups do setor.
Historicamente, a exigência de exclusividade entre investidores é incomum, já que muitas grandes empresas preferem diversificar seus investimentos. Um exemplo recente inclui Sequoia Capital e Andreessen Horowitz, que mantêm participações tanto na OpenAI quanto na xAI de Musk.
O domínio da OpenAI em IA tem gerado grande interesse dos investidores, muitos dos quais acreditam que a empresa pode liderar a próxima grande revolução tecnológica, comparável ao impacto da internet e dos smartphones. Durante a captação, a demanda foi tão alta que a OpenAI chegou a condicionar os aportes a uma participação significativa nas operações da empresa e à promessa de não apoiar concorrentes.
Entre os principais investidores desta rodada, a Thrive Capital se comprometeu com US$ 750 milhões (R$ 4 bilhões) em fundos próprios e outros US$ 550 milhões (R$ 2,9 bilhões) de parceiros. Além disso, a Thrive garantiu uma opção de investir mais US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) até o final de 2025, mantendo a avaliação da OpenAI em US$ 150 bilhões.
A rodada também contou com a participação de gigantes como Nvidia e Microsoft — esta última já tendo investido US$ 13 bilhões (R$ 70,7 bilhões) na OpenAI. No entanto, a Apple, que estava em conversações para investir, decidiu não participar dessa rodada.
Outras empresas de capital de risco, como Khosla Ventures, SoftBank e Tiger Global, também se juntaram ao grupo de investidores. A Khosla, em particular, poderia aportar até US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), de acordo com fontes ligadas ao acordo.
O financiamento reforça o posicionamento da OpenAI como a maior startup de IA do Vale do Silício, quase dobrando sua avaliação em relação ao ano passado, quando a empresa foi estimada em US$ 87 bilhões (R$ 473 bilhões).
Embora a empresa esteja em plena ascensão, ela enfrenta desafios internos. No último ano, a OpenAI foi abalada por mudanças na diretoria, incluindo a saída temporária de Sam Altman, seu fundador. Na semana passada, a diretora de tecnologia Mira Murati anunciou sua saída, o mais recente episódio de uma série de demissões entre executivos seniores.
Em paralelo, a OpenAI está em processo de reestruturação, planejando distanciar-se de suas origens como organização sem fins lucrativos, visando permitir que os investidores aproveitem de forma mais ampla os lucros futuros.
A relação conturbada entre Elon Musk e a OpenAI também segue como um ponto de tensão. Musk, que ajudou a fundar e financiar a OpenAI em 2015, processou a empresa em agosto, acusando-a de ter desviado de sua missão original sem fins lucrativos ao firmar uma parceria comercial com a Microsoft. O bilionário classificou as ações da OpenAI como “um engano de proporções shakesperianas” e busca anular o acordo com a Microsoft, que está sob investigação de reguladores antitruste nos EUA e na Europa.




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