Parceria entre USAID e TSE levanta suspeitas de interferência nas eleições de 2022
- Núcleo de Notícias

- 7 de fev.
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Revelações indicam possível ingerência estrangeira no processo eleitoral brasileiro

Nos meses que antecederam as eleições presidenciais de 2022, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) promoveu eventos no Brasil em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a justificativa de combater a desinformação e fortalecer a integridade do processo eleitoral. Entretanto, novas informações trazem à tona questionamentos sobre a influência da entidade na disputa eleitoral e sobre os reais objetivos por trás dessas iniciativas.
De acordo com registros oficiais, dois encontros realizados em abril e dezembro de 2021 reuniram membros do TSE e representantes da USAID. No primeiro, foi elaborado um "Guia de Combate à Desinformação", documento que, segundo a própria Justiça Eleitoral, foi concebido para ser replicado em outros países. O segundo evento, intitulado "Eleições e a Transformação Digital", contou com a participação do ministro Luís Roberto Barroso e teve como foco estratégias para "mitigar ameaças digitais ao processo eleitoral".
Essas ações podem ter servido como ferramenta de interferência política. O ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Michael Benz, afirmou em entrevista recente que, sem o financiamento da USAID, Jair Bolsonaro teria sido reeleito em 2022. Ele sugere que a agência canalizou recursos para projetos que favoreceram adversários políticos do então presidente, com impacto direto no resultado da eleição.
As revelações ampliaram as suspeitas sobre o papel da USAID no Brasil e geraram movimentações no Congresso Nacional. Parlamentares da oposição ao governo Lula (PT) passaram a defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os financiamentos da agência no Brasil. O objetivo é identificar quais organizações receberam recursos e se esses valores foram utilizados para influenciar o processo eleitoral de forma irregular. Entre as entidades que teriam sido beneficiadas, estão plataformas de comunicação independente, grupos ligados a causas ambientais, direitos LGBT e pautas imigratórias, além de instituições defensoras do aborto.
A polêmica também gerou reações no governo dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, que recentemente ordenou a suspensão das atividades da USAID para uma revisão interna, afirmou que a agência é administrada por "lunáticos radicais" e que sua equipe está investigando possíveis desvios de verba e ingerência política. Trump prometeu apresentar um relatório detalhado sobre os financiamentos da entidade, expondo quem recebeu recursos de maneira questionável.
Elon Musk, responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) na administração Trump, reforçou as críticas à agência. Em uma publicação na plataforma X, Musk classificou a USAID como "um ninho de vermes" e afirmou que o fechamento da agência está em curso com apoio total da Casa Branca.
Caso se confirmem as suspeitas, o caso da USAID poderá ser considerada um episódio de interferência política com consequências significativas para a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.



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