União Brasil rompe com governo Lula e ameaça expulsar ministro que insistir em permanecer

Núcleo de Notícias
3 de ago.
2 min de leitura

Partido decide entregar ministérios e se alinha cada vez mais à oposição, estreitando laços com o PP de olho em 2026

A aliança entre o União Brasil e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a ruir. A cúpula do partido anunciou que deixará a base governista em setembro e entregará dois dos três ministérios atualmente ocupados pela legenda. O rompimento evidencia o desgaste crescente com a gestão petista e consolida a aproximação da sigla com setores mais críticos ao governo federal.

A decisão foi tomada após declarações contundentes do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, que criticou abertamente a administração de Lula durante um encontro com empresários e investidores em São Paulo. O gesto, considerado um divisor de águas dentro do partido, levou à formalização do rompimento político e à adoção de uma postura mais independente em relação ao Planalto.

Com o novo posicionamento, o União Brasil deve abrir mão do Ministério das Comunicações, hoje sob comando de Juscelino Filho, e do Ministério do Turismo, liderado por Celso Sabino. Este último, filiado ao partido, foi avisado de que será expulso da legenda caso resolva continuar no cargo por indicação direta do presidente Lula. A medida serve como recado claro de que não haverá mais condescendência com quadros que permaneçam atrelados ao governo.

Já o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, permanecerá no cargo. Embora filiado ao PDT, sua indicação contou com forte articulação do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), figura de destaque dentro da legenda. Para evitar conflitos internos, o partido não pretende contrariar o parlamentar neste momento.

O movimento do União Brasil, que possui a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, com 59 parlamentares, representa um revés significativo para o governo Lula. A saída do partido da base pode dificultar ainda mais a aprovação de projetos de interesse do Executivo, que já enfrenta resistência em setores do Congresso Nacional.

A ruptura vinha sendo desenhada desde abril, quando o União Brasil selou uma federação com o PP — partido que se coloca de maneira mais firme na oposição ao governo petista. A aliança entre as duas siglas estabelece um compromisso eleitoral conjunto para 2026, obrigando ambas a apoiar o mesmo nome na disputa presidencial.

Com a debandada do União Brasil, Lula perde mais uma peça de sustentação política no Congresso e vê sua margem de manobra encolher ainda mais.

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