Vale, Samarco e BHP propõem parcelamento de reparação por Mariana em 20 anos e enfrentam resistência
- Núcleo de Notícias

- 13 de set. de 2024
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Poder público se opõe ao longo prazo proposto pelas empresas para pagar R$ 100 bilhões em indenizações
As empresas responsáveis pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), Vale, Samarco e BHP, propuseram parcelar em 20 anos o valor de R$ 100 bilhões acordado nas negociações para reparação dos danos causados pelo desastre. No entanto, essa proposta gerou forte resistência por parte da União, dos governos de Minas Gerais e Espírito Santo, além do Ministério Público Federal, Defensorias Públicas e outros órgãos.
Representantes do poder público, sob anonimato, expressaram preocupação com a extensão do prazo proposto, destacando que, caso aceito, a última parcela seria paga 30 anos após o desastre de 2015. A tragédia deixou marcas profundas tanto no meio ambiente quanto nas comunidades dos estados atingidos.
De acordo com o plano atual, o poder público assumiria a maior parte das responsabilidades pela reparação. No entanto, o parcelamento proposto pelas empresas é considerado excessivamente longo, podendo comprometer a disponibilidade de recursos para compensar de forma adequada os impactos ambientais e sociais que ainda persistem.
Em contrapartida, o poder público sugere que 60% do valor seja pago nos primeiros seis anos, com o restante parcelado em até nove anos, totalizando 15 anos de pagamento.
As negociações estão em andamento no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), sem um acordo definitivo até o momento. A Vale confirmou que as negociações estão avançadas, mas espera concluir o processo até outubro de 2024. A Samarco também expressou seu compromisso com a "reparação integral" e acredita que as partes chegarão a um consenso em breve. A BHP, por sua vez, não se manifestou sobre o caso.
O impasse reflete as dificuldades de se conciliar os interesses das empresas com a urgência dos impactos causados às comunidades afetadas e ao meio ambiente, que ainda sofrem as consequências do maior desastre ambiental da história do Brasil.




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