Zelensky pede cessar-fogo, mas Putin rejeita negociação e promete retaliação após ataques ucranianos
- Núcleo de Notícias

- 5 de jun.
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Presidente russo acusa Ucrânia de terrorismo e diz que não há clima para diálogo; Trump confirma conversa com Putin sobre resposta militar

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou um cessar-fogo temporário com a Rússia, com o intuito de viabilizar a retomada de negociações de paz. O apelo ocorre em meio à escalada de tensões após uma série de ataques ucranianos que destruíram 41 bombardeiros da Força Aérea russa em diversos aeródromos, segundo informações do Kremlin.
“Minha proposta, que acredito que nossos parceiros possam apoiar, é que concordemos com um cessar-fogo com os russos até que os líderes possam se reunir. Neste momento, as pessoas entenderão que as nações, a Europa, a Ucrânia e o mundo têm uma chance de acabar com a guerra”, declarou Zelensky.
Contudo, a resposta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi dura. Em reunião com autoridades de seu governo, ele rejeitou a possibilidade de negociações e classificou o regime ucraniano como “terrorista”, alegando que os ataques ocorreram justamente às vésperas de um novo ciclo de conversas de paz.
“Como tais reuniões podem ser realizadas nessas condições? Sobre o que deveriam conversar? Quem negocia com aqueles que recorrem ao terror, com terroristas?”, questionou Putin, referindo-se não apenas aos ataques aéreos, mas também a explosões em ferrovias nas regiões russas de Bryansk e Kursk.
Putin acusou o governo de Kiev de sabotar as conversas diplomáticas e de visar civis intencionalmente, afirmando que “o que aconteceu na região de Bryansk é um ataque deliberado contra civis, o que, segundo todas as normas internacionais, configura terrorismo”.
Segundo o líder russo, o regime ucraniano age dessa forma para evitar uma eventual deposição. “Isso apenas confirma nossas suspeitas de que o atual regime ilegítimo em Kiev está se transformando em uma organização terrorista. E seus patrocinadores estão se tornando cúmplices”, declarou. Para ele, a paz significaria a perda do poder por parte das lideranças ucranianas, algo que estariam dispostos a evitar a qualquer custo.
Putin também teceu duras críticas à capacidade e à conduta dos líderes ucranianos. “Aparentemente, estamos lidando com pessoas que não possuem qualquer competência significativa, nem mesmo a cultura política elementar, se se permitem insultar diretamente aqueles com quem alegam querer negociar”, afirmou.
Em meio ao agravamento da situação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que manteve uma ligação telefônica de mais de uma hora com Putin na quarta-feira (04). Em nota divulgada na rede Truth Social, Trump afirmou que o tom da conversa foi cordial, mas que o líder russo deixou claro que “teria de responder” aos recentes ataques realizados por Kiev.
“Discutimos o ataque da Ucrânia contra aviões russos estacionados, bem como outros ataques em andamento por ambas as partes. Foi uma boa conversa, mas não uma que leve a uma paz imediata”, escreveu Trump.
A declaração de Putin marca um endurecimento na posição russa. O discurso aponta para a possibilidade de uma grande ofensiva como resposta aos recentes ataques ucranianos, colocando em risco qualquer perspectiva de trégua a curto prazo.



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