top of page

A inconciliável ruptura entre a esquerda e a fé católica


ree

Ao longo da história da civilização, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana ergueu-se como coluna inquebrantável da verdade revelada, guardiã intransigente da lei natural e voz profética contra as correntes que, em cada época, buscam subverter a ordem teleológica estabelecida por Deus para a criação e, principalmente, para o homem. A esquerda política, em suas amplas manifestações ideológicas, constitui a antítese radical desse desígnio divino, fundando-se num horizonte materialista opaco que, ao reduzir o homem a um mero fenômeno derivado das estruturas sociais e econômicas, obstinadamente nega sua intrínseca dimensão transcendente e sua vocação eterna, conforme explicitado por pensadores como Eric Voegelin em sua análise das gnoseologias modernas.


A primeira e mais grave fratura irreconciliável manifesta-se na questão da vida humana. A Igreja, como mãe e mestra, proclama solenemente a dignidade inalienável de cada ser, desde o sagrado instante da concepção até o derradeiro e natural suspiro, como magistralmente articulado na encíclica Evangelium Vitae de São João Paulo II. Em contraste beligerante, a esquerda, imbuída de um relativismo moral e de uma lógica utilitarista, converteu o aborto em bandeira ideológica e, sob o falacioso pretexto de uma suposta “autonomia individual”, promove e exalta práticas como a eutanásia. Esta postura representa não apenas um ataque direto ao coração da moral cristã, mas uma profanação do dom divino da vida, submetendo-o ao arbítrio humano e à instrumentalização que despreza o ser em sua essência.


Não menos profunda é a divergência acerca da instituição familiar. O perene magistério católico, alicerçado na Revelação e na razão natural, reconhece na união monogâmica e indissolúvel entre um homem e uma mulher o fundamento vital da sociedade, um sacramento elevado por Cristo à dignidade de sinal de Sua própria aliança nupcial com a Igreja. A esquerda, todavia, empenha-se numa implacável engenharia social, fomentando legislações e discursos que, ao relativizar a instituição familiar, vilipendiam a ordem natural e buscam desconstruir essa célula primária da civilização. Ao assim proceder, elimina-se a coesão social e abre-se caminho para uma sociedade atomizada, fragilizada e, consequentemente, mais suscetível à absorção e controle pelo Estado-deus.


No terreno econômico, a Doutrina Social da Igreja, desde a fundacional encíclica Rerum Novarum de Leão XIII, e em consonância com os princípios da Escola Austríaca de Economia, assevera que a propriedade privada é um direito natural, essencial à expressão da liberdade humana e à responsabilidade individual, ainda que subordinada à consecução do bem comum. A esquerda, turvada pela sombra do marxismo e suas variantes igualmente perniciosas, percebe na propriedade a raiz de toda opressão e advoga por sua dissolução em nome de uma quimérica igualdade material. Tal pretensão, além de afrontar a justa correspondência nas transações e a distribuição equânime dos benefícios coletivos, aniquila a responsabilidade pessoal, sufoca o ímpeto da criatividade e asfixia a liberdade que floresce quando o homem pode usufruir, de modo legítimo e virtuoso, dos frutos de seu trabalho, tal como Ludwig von Mises tão eloquentemente demonstrou em suas obras sobre a ação humana. O patrimonialismo e a economia de privilégios, males arraigados, não devem ser confundidos com o direito natural à propriedade, que é pilar da liberdade contra a intervenção estatal desmedida.


Por derradeiro, o secularismo militante da esquerda revela uma aversão intrínseca ao cristianismo e à sua influência no res publica. A fé, segundo a perene visão da Igreja, deve iluminar não apenas o foro íntimo, mas permear e informar a vida pública e social, promovendo a virtude e a moralidade. Já a esquerda, em sua ânsia de instaurar uma ordem puramente laica, quer confinar a religião à esfera estritamente privada e, não raro, persegue-a com leis restritivas, zombaria cultural e políticas que visam banir símbolos e valores cristãos do espaço comum, numa tentativa gnóstica de recriar a sociedade à margem do divino. A história recente é pródiga em exemplos de regimes esquerdistas que reprimiram violentamente a Igreja, na tentativa de substituir a moral cristã — que é o esteio da civilização ocidental — por ideologias transitórias, falíveis e, muitas vezes, tirânicas.


A verdade custa pouco. Mas vale muito.


Você chegou até aqui porque busca por informações que façam sentido — e não por narrativas fabricadas por quem serve ao Sistema. No Rumo News, nosso compromisso é com a liberdade, a verdade e a inteligência do leitor.


Produzimos nossos conteúdos de forma 100% independente, sem amarras com partidos, governos ou patrocinadores ideológicos. Nosso único financiador é você — o cidadão consciente que se recusa a ser manipulado pela grande mídia.


Assinar o Rumo News leva menos de 1 minuto, custa pouco e oferece muito:


  • Análises profundas sobre economia, política e geopolítica

  • Artigos exclusivos, com dados sólidos e argumentos afiados

  • Uma plataforma segura e sem anúncios


Enquanto eles espalham narrativas, nós entregamos fatos, contexto e coragem.





ree

Se puder, apoie-nos mensalmente adquirindo um plano de assinatura.

Obrigado!


Carlos Dias.

CEO e Editor-Chefe do Rumo News.

Comentários


O Rumo News é uma produção do
Instituto Democracia e Liberdade.

Copyright © 2025 - Instituto Democracia e Liberdade  -  CNPJ: 46.965.921/0001-90

Confira os Termos de Uso e Condições

Política de Reembolso: Reembolsos serão processados apenas em casos de duplicação de pagamento ou problemas técnicos que impeçam o acesso ao serviço. O reembolso será creditado na mesma forma de pagamento utilizada.

Política de Troca: Devido à natureza dos serviços digitais, não realizamos trocas.

 

Métodos de pagamento disponíveis no site: Cartões de crédito e Pix.
 

Dúvidas, problemas ou sugestões? Entre em contato: contato@institutoidl.org.br

  • Instagram
  • YouTube
bottom of page