Ato “Justiça Já” leva milhares à Avenida Paulista com duras críticas ao STF e apelos por liberdade e anistia
- Núcleo de Notícias
- 30 de jun.
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Manifestação reuniu Jair Bolsonaro, parlamentares e lideranças conservadoras em defesa dos presos políticos do 8 de janeiro e contra os abusos do Judiciário

No domingo (29), a Avenida Paulista foi palco de mais uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados sob o lema “Justiça Já”. O ato reuniu milhares de apoiadores, parlamentares, ex-ministros e lideranças religiosas em um protesto contra as prisões políticas após os eventos de 8 de janeiro de 2023, em defesa da liberdade de expressão e em resposta ao cerco judicial imposto à direita no país.
Durante o evento, Bolsonaro discursou com ênfase na necessidade de apoio parlamentar nas eleições de 2026. “Se vocês me derem 50% da Câmara e do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, afirmou. O ex-presidente também defendeu anistia aos presos do 8 de janeiro, classificando-a como “um gesto de pacificação” e um “remédio previsto na Constituição”. Ele rechaçou a narrativa de tentativa de golpe, afirmando que não havia armas, apoio institucional ou atuação das Forças Armadas nos protestos daquele dia.
Críticas ao Judiciário e apelos internacionais
O tom predominante foi de enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) usou parte de seu discurso em inglês para alertar a comunidade internacional sobre os riscos de autoritarismo no Brasil: “Nosso sistema judiciário é o maior risco para a nossa democracia. Mas não vamos desistir, vamos continuar gritando pela verdade e vamos ganhar.”
O deputado ainda comentou sobre a ministra Cármen Lúcia, que durante julgamento sobre redes sociais disse que “213 milhões de tiranos” não podem prevalecer na internet. “Tiranos? Somos nós os perseguidos! Somos nós que damos a vida pela liberdade!”, rebateu o parlamentar, que também se referiu ao presidente Lula como “satanás” em tom de indignação com o avanço da censura e da repressão.
O senador Magno Malta (PL-ES) também respondeu à fala de Cármen Lúcia, chamando-a de “tirana” e ironizando o ministro Dias Toffoli, que se emocionou durante o julgamento que responsabilizou plataformas digitais por publicações de terceiros. O senador classificou a decisão como “um ataque direto ao Marco Civil da Internet” e denunciou a existência de um “consórcio perverso” que, segundo ele, impôs uma ditadura para tirar Bolsonaro do jogo político.
Apelo por anistia e eleições de 2026
Bolsonaro foi aplaudido ao defender a libertação dos presos do 8 de janeiro: “Coloquem em liberdade esses inocentes. Quem quebrou alguma coisa, que pague. Mas não aceitamos essa vingança institucionalizada.” Ele reafirmou que não busca retaliações, mas sim uma reconstrução do país com base no respeito à Constituição e à vontade popular.
O ex-presidente também elogiou figuras centrais do seu governo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cotado para a sucessão presidencial, e fez questão de exaltar o trabalho do filho Carlos Bolsonaro, a quem atribuiu o sucesso de sua eleição em 2018.
Ao final de sua fala, Bolsonaro retomou o conhecido slogan do ex-presidente americano Donald Trump e declarou: “Make Brazil Great Again”.
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