O alto custo da inação na arena global
- Carlos Dias
- há 6 horas
- 2 min de leitura

As discussões e críticas direcionadas ao agronegócio brasileiro, muitas vezes vindas de concorrentes internacionais, são um lembrete constante da complexidade e competitividade do comércio global. No entanto, mais importante do que simplesmente reagir a cada “ataque” externo é a capacidade de realizar uma análise interna profunda sobre nossa própria prontidão e estratégia.
É necessário reconhecer que a construção de um ambiente favorável ao comércio e à diplomacia negocial transcende as fronteiras das iniciativas governamentais. O setor privado, com sua agilidade e conhecimento de mercado, possui um papel decisivo na mitigação de riscos e na abertura de novos caminhos.
Uma experiência recente serve como um marco instrutivo dessa falha. Em fevereiro de 2025, bem antes que as sanções tarifárias contra produtos brasileiros se tornassem uma realidade tangível, discussões com autoridades nos Estados Unidos já apontavam para a urgência de uma ação preventiva por parte do Brasil. Essas conversas indicavam claramente a formação de um cenário que demandaria proatividade.
Em reuniões subsequentes no Brasil, com diversos produtores rurais, a necessidade de estabelecer uma representação privada em Washington – um canal diplomático de negócios independente do âmbito governamental – foi veementemente enfatizada. Era a chance de construir pontes, esclarecer narrativas e antecipar movimentos.
Lamentavelmente, essa percepção de urgência e a sensibilidade para essa direção não foram devidamente absorvidas pelas entidades representativas e pelos produtores brasileiros.
Os resultados dessa inércia, como se observa agora, começam a se manifestar e, sem dúvida, cobrarão um alto custo de todo o setor. Em um cenário global cada vez mais interconectado e volátil, a demora na construção de pontes diplomáticas privadas cria vácuos que podem ser preenchidos por narrativas adversas ou pela simples falta de compreensão mútua. A proatividade em estabelecer uma representação estratégica e contínua em centros de decisão globais não é um luxo, mas uma necessidade premente para defender os interesses do agronegócio brasileiro, esclarecer mal-entendidos e, fundamentalmente, construir relações de confiança de longo prazo.
Os desafios atuais reforçam a urgência de uma profunda mudança de mentalidade. O custo da inação será sempre infinitamente maior do que o investimento na diplomacia proativa e na representação estratégica. Que este momento sirva como uma lição contundente para que os produtores brasileiros, em conjunto com suas entidades, assumam finalmente o protagonismo que lhes cabe e que o cenário internacional exige.
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Carlos Dias.
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